Mourão defende atitudes de ministro da CGU na CPI

O vice-presidente, Hamilton Mourão defendeu o ministro da Controladoria Geral da União, Wagner Rosário, que foi alvo dos senadores ao ser ouvido ontem na CPI da Covid. Wagner chamou a senadora Simone Tabet (MDB-MS) de “descontrolada” durante sua fala à comissão parlamentar de inquérito.

A fala do ministro gerou um grande tumulto e ele se tornou investigado pela CPI. Wagner Rosário Foi chamado de ‘moleque’ e ‘machista’ por senadores. A confusão aconteceu após a senadora questionar as atitudes da CGU no caso das compras da vacina Covaxin.

Mourão afirmou, que é necessário ter sangue frio para estar diante dos parlamentares e que há quem suporte e quem não. Ele disse que o ministro da CGU foi até onde aguentou e não resistiu aos “desaforos” dos senadores e deu uma “aloprada”.

“É aquela história, o cara lá (Wagner Rosário) não estava submetido a um interrogatório. Ali tem uns com mais paciência para aguentar os desaforos que são ditos. E outros que não tem. O Wagner aguentou até certo ponto, e em outros pontos ali deu uma aloprada, que acho perfeitamente normal uma pessoa reagir assim”, afirmou o vice-presidente.

“A pessoa ali precisa ter muito sangue frio para poder aguentar o deboche que muitas vezes é colocado ali, né? Ainda mais que eu conheço bem o Wagner. O Wagner é uma pessoa séria”, completou Mourão.

Inicio da Confusão 

A confusão na CPI começou quando o ministro da Controladoria Geral da União, chamou a Senadora Simone Tebet de ”descontrolada” durante a reunião da CPI nesta terça-feira (21). A fala do ministro gerou tumulto entre os parlamentares, e o ministro deixou a sessão.

Logo após a confusão, a pedido do presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), modificou a condição do ministro de testemunha para a de investigado.

Rosário fez a declaração após a senadora criticar a atitude do ministro em relação ao presidente Jair Bolsonaro e ao processo de aquisição pelo governo federal da vacina Covaxin. Simone Tebet afirmou que a CGU “Não foi criada para ser órgão defensor de ninguém”, sugerindo que Rosário atua para atender aos interesses do presidente.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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