Delegado youtuber simulou prisão de chefe do PCC para ganhar seguidores

O delegado Carlos Alberto da Cunha, conhecido como Da Cunha, apareceu encostando o ouvido na porta de um barraco da favela da Nhocuné, na zona leste da cidade de São Paulo, para ordenar a invasão do local. “Polícia! Deita, deita”, gritaram.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, um homem sequestrado por criminosos do PCC (Primeiro Comando da Capital) já tinha sido liberado momentos antes por outros policiais (Patrick e Ronald), mas foi colocado novamente em um cativeiro em poder do sequestrador para que uma simulação fosse filmada, como se tivesse sido Da Cunha o responsável pela prisão. Colegas do delegado afirmaram que ele queria ganhar mais seguidores em redes sociais.

Simulação seria postada em canal do YouTube

De acordo com a versão da vítima, o delegado afirmou que a encenação seria necessária para produção de prova material, a ser juntada no processo. “Acreditando que realmente se tratava de prova policial, aceitou e foi deixado pelos policiais novamente dentro da casa com o traficante. […] Acha que isso foi uma falha dos policiais, pois foi deixado no mesmo local que uma pessoa perigosa e ele poderia ter pego uma faca para lhe ferir”, disse a vítima, que teve o nome preservado, conforme trecho de depoimento em poder do Ministério Público.

“Depois soube que a gravação não era para o processo, mas, sim, para o canal do YouTube do delegado Da Cunha e isso lhe deixou extremamente indignado, especialmente porque o delegado mentiu sobre a gravação. […] Frisa que o que policial que realmente o libertou do cativeiro [nem] sequer participou daquela gravação”, complementou o homem, no início deste mês.

O delegado Denis Ramos de Carvalho, ex-braço-direito de Da Cunha, relatou que o colega praticamente só comparecia ao trabalho nos dias de operações, com o objetivo de realizar a filmagem da ação. Da Cunha, segundo Carvalho, dizia estar muito atarefado com seu canal no YouTube.

 

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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