Vídeo: Lavas do vulcão Cumbre Vieja chegam ao Oceano

Lavas do Vulcão Cumbre Vieja, que destruiu a ilha espanhola de La Palma, chegaram ao Oceano Atlântico nessa terça-feira (28), nove dias após entrar em erupção. Imagens mostram a nuvens de vapor branco esguichando para o alto na área de Playa Nueva.

Autoridades alertaram sobre possíveis explosões e nuvens de gás tóxicos quando a lava chegasse ao mar.

“Quando a lava chega ao mar, o lockdown deve ser rigidamente respeitado”, disse ontem Miguel Angel Morcuente, diretor do Plano de Emergências Vulcânicas das Canárias (Pevolca).

O fenômeno aconteceu em uma área ao norte da praia de Los Guirres, em Tazacorte, município na província de Santa Cruz de Tenerife, nas Ilhas Canárias.

De acordo com o Instituto Espanhol de Oceanografia, devido á queda da lava, um depósito de cerca de cinquenta metros de altura está sendo produzido. O perímetro de exclusão na costa também foi ampliado para evitar que pessoas se aproximassem da área. Há uma área de exclusão de 3,5 quilômetros.

Riscos

De acordo com especialistas e autoridades, todas as medidas preventivas foram adotadas porque, ao entrar em contato com a água salgada, a lava do vulcão pode gerar ”explosões e emissão de gases nocivos”.

“Quando o magma toca o mar, grandes colunas de vapor d’água se formam porque grande parte da água do mar vira vapor. Isso se deve ao grande contraste térmico entre os dois: a lava tem uma temperatura de mais de 900°C, enquanto a água tem cerca de 23°C “, explicou José Mangas, professor de geologia da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, à BBC News Mundo. “Mas como a água contém cloretos, sulfatos, carbonatos, flúor e iodo (entre outras coisas), os gases tóxicos também se volatilizam.” Esses gases podem causar irritação na pele, nos olhos e no trato respiratório.

A destruição

O vulcão tem destruído La Palma desde o dia 19 de setembro, destruindo quase 600 casas e plantações de banana. A ilha é vizinha de Tenerife, no arquipélago das Ilhas Canárias, na costa norte da África.

Milhares de pessoas foram retiras e três vilas litorâneas estavam em lockdown na segunda-feira (27), esperando a lava chegar até o oceano. A Espanha classificou La Palma como zona de desastre, uma medida que irá repassar apoio financeiro a ilha.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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