Teste genético ajuda a identificar risco de câncer de mama

Teste é indicado para mulheres com histórico de câncer de mama ou ovário na família. Mulheres diagnosticadas também devem fazê-lo

A análise dos genes de uma pessoa diz muito sobre a individualidade de cada um. Informações como cor dos olhos, tendência à calvície ou mesmo o desenvolvimento de câncer podem ser percebidos por meio da análise. Com o avanço dos estudos sobre genes e hereditariedade, hoje em dia já é possível realizar exames que diagnosticam o risco de doenças genéticas. Para isso, utiliza-se a partir amostras simples de saliva ou sangue. A partir da observação de mudanças específicas herdadas (conhecidas como mutações) especialistas conseguem reconhecer possibilidades de desenvolvimento de doenças graves, incluindo o câncer de mama.

Conscientização

Na maioria das vezes, o exame genético é solicitado por algum médico, diante de cenários específicos. “O objetivo é investigar se existe alguma alteração em genes importantes relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama que possa aumentar o risco de desenvolvê-lo”, explica a biomédica geneticista Dra. Thaís Cidália Vieira. A princípio, na prevenção do câncer de mama o teste é indicado para mulheres com histórico de câncer de mama ou ovário na família. Além disso, pacientes que já passaram pelo diagnóstico do câncer também podem precisar fazer o exame.

“Ele deve ser feito principalmente em alguns casos que exista um histórico familiar ou que o médico queira investigar a alteração genética para escolher a melhor conduta de tratamento, de forma mais específica”, esclarece a especialista.

Atualmente as análises genéticas são feitas com a quantidade de genes variando entre painéis de coleta. Nesse contexto, enquanto um deles pode ser observado para investigar o câncer de mama, também é possível avaliar a propensão do desenvolvimento de vários outros tipos de tumores. Dessa maneira, o teste genético serve como um auxiliar importante na prevenção e na otimização dos tratamentos médicos do câncer. Em alguns casos, o médico pode solicitar o exame mesmo em análises de rotina, para confirmar que não existe risco momentâneo.

Dra. Thais Cidália é biomédica geneticista, professora Universitária e Pesquisadora / Foto: acervo pessoal.

Legislação

No Brasil, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou, em junho de 2021, uma proposta que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a realizar testes genéticos para diagnóstico de predisposição ao câncer em mulheres com câncer de mama e de ovário, desde que identificado potencial de hereditariedade.

O texto também obriga o SUS a realizar testes genômicos tumorais para personalização do tratamento de pacientes com diagnóstico comprovado de câncer de mama e ovário, de acordo com determinação médica. Por meio de análise genética no tumor, ele permite identificar o melhor tipo de tratamento para cada paciente.

Em Goiás, desde 14 de janeiro de 2020 a Assembleia Legislativa já havia aprovado lei que dispõe sobre a realização do exame de detecção de mutações genéticas. No texto, o Estado determinava autorização do exame de detecção de mutação. Por meio de convênio com o SUS, são analisados os genes BRCA1 e BRCA2 em mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou de ovário.

O exame pode ser requisitado por um médico geneticista, mastologista ou oncologista, desde que o paciente apresente laudo que comprove o histórico pessoal ou familiar de câncer de mama ou ovário.

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Taxa de desemprego entre mulheres foi 45,3% maior que entre homens

A taxa de desemprego entre as mulheres ficou em 7,7% no terceiro trimestre deste ano, acima da média (6,4%) e do índice observado entre os homens (5,3%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, o índice de desemprego das mulheres foi 45,3% maior que o dos homens no terceiro trimestre do ano. O instituto destaca que a diferença já foi bem maior, chegando a 69,4% no primeiro trimestre de 2012. No início da pandemia (segundo trimestre de 2020), a diferença atingiu o menor patamar (27%).

No segundo trimestre deste ano, as taxas eram de 8,6% para as mulheres, 5,6% para os homens e 6,9% para a média. O rendimento dos homens (R$ 3.459) foi 28,3% superior ao das mulheres (R$ 2.697) no terceiro trimestre deste ano.

A taxa de desemprego entre pretos e pardos superou a dos brancos, de acordo com a pesquisa. A taxa para a população preta ficou em 7,6% e para a parda, 7,3%. Entre os brancos, o desemprego ficou em apenas 5%.

Na comparação com o trimestre anterior, houve queda nas três cores/raças, já que naquele período, as taxas eram de 8,5% para os pretos, 7,8% para os pardos e 5,5% para os brancos.

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) foi maior do que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,2%, mais do que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,2%).

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