“Muito desequilibrada”: Vereadora de Itauçu sofre ataques machistas

Plenário de Itauçu. Kênia é a única mulher a ocupar uma cadeira no Legislativo da cidade. Um dos vereadores a chama de

A vereadora Kênia Pedroso (DEM) denunciou ter sido alvo de ataques machistas durante a última sessão plenária, dia (07), da Câmara Municipal de Itauçu. Kênia é a única mulher a ocupar uma cadeira no Legislativo da cidade. Nos vídeos gravados, vereadores sobem o tom de voz e um a chama de “desequilibrada”, outro diz “a vereadora não está preparada” e outro “preferiria mil vezes debater com um homem. Fico constrangido ao ter que debater com uma mulher”.

O embate começou depois que a vereadora se posicionou de forma contrária ao projeto de implementação da taxa de lixo. Ao ler um documento da Ordem dos Advogados do Brasil – Goiás, no qual afirmava que não existia a obrigatoriedade da taxa, os vereadores aumentaram o tom de voz. (Veja o vídeo).

“Tudo ocorreu porque eu votei contra o projeto da taxa de lixo. Eu tenho a minha opinião, eu não sou obrigada a segui-los, eu vejo que eles precisam me respeitar, da mesma maneira como eu respeito a opinião deles. Cada um é dono do seu mandato. Se eu estou ali, é porque o povo me escolheu. Eles confiaram em mim”, afirma Kênia ao Diário do Estado.

Vereadora Kênia Pedroso (DEM), de Itauçu, foi alvo de ataques machistas.

Agressões durante a sessão

Depois, a vereadora, de forma abalada, deixa a sessão após agressões. O vereador Betão (PSD) diz “Mostra a vereadora que não está preparada para ser vereadora”. Em outro momento, ele afirma “O que a vereadora está falando aí demonstra que ela está muito desequilibrada”. O vereador Luizinho (Republicanos) “Que seja mulher ou homem, eu preferiria mil vezes que fosse um debate com homem. Seria melhor. Eu fico constrangido quando tem que debater com uma vereadora mulher”, disse.

Kênia conta que não é a primeira vez que ela sofre esse tipo de ataque.

“Já teve um outro dia que aconteceu uma situação parecida, mas não estavam filmando”, afirma.

A vereadora diz que não registrou a denúncia de forma formal dos ataques.

Essa situação acontece diante de um cenário desfavorecido às mulheres. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (2020), 52,78% do eleitorado brasileiro é feminino. Nas últimas eleições, foram registradas 557.406 candidaturas, sendo 187.025 femininas (apenas 33,6%) e 370.381 masculinas (66,4%). Nessas mesmas eleições, 69,3 mil candidatos foram eleitos. Desse total, apenas 10,7 mil era mulheres, o que corresponde a 15,5%.

O Jornal Diário do Estado tentou contato com a Câmara Municipal de Itauçu, mas não obteve retorno.

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Ex-marqueteiro de Milei é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Fernando Cerimedo, um influenciador argentino e ex-estrategista do presidente argentino Javier Milei, é o único estrangeiro na lista de 37 pessoas indiciadas pela Polícia Federal (PF) por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Essas indecisões foram anunciadas na quinta-feira, 21 de novembro.

Cerimedo é aliado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e teria atuado no ‘Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral’, um dos grupos identificados pelas investigações. Além dele, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta seu terceiro indiciamento em 2024.

Em 2022, o influenciador foi uma das vozes nas redes sociais que espalhou notícias falsas informando que a votação havia sido fraudada e que, na verdade, Bolsonaro teria vencido Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

Além disso, ele também foi responsável por divulgar um ‘dossiê’ com um conjunto de informações falsas sobre eleições no país. Em vídeos, ele disse que algumas urnas fabricadas antes de 2020 teriam dois programas rodando juntos, indicando que elas poderiam ter falhas durante a contagem de votos.

Investigações

As investigações, que duraram quase dois anos, envolveram quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaboração premiada, buscas e apreensões. A PF identificou vários núcleos dentro do grupo golpista, como o ‘Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado’, ‘Núcleo Jurídico’, ‘Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas’, ‘Núcleo de Inteligência Paralela’ e ‘Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas’.

Os indiciados responderão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A lista inclui 25 militares, entre eles os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, todos ex-ministros de Jair Bolsonaro. O salário desses militares, que variam de R$ 10.027,26 a R$ 37.988,22, custa à União R$ 675 mil por mês, totalizando R$ 8,78 milhões por ano.

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