Homofobia: Sargento Novandir diz que o grupo LGBTQIA+ “não é normal”

Vereador Sargento Novandir

Na manhã de hoje, 14, durante sessão plenária na Câmara de Goiânia, o vereador Sargento Novandir (Republicanos) se manifestou sobre o inquérito aberto pelo Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri) para investigar o crime de homofobia.

A investigação apura as falas dos vereadores Cabo Senna (Patriota), Gabriela Rodart (DC), Thialu Guiotti (Avante) e Novandir. Na tribuna, o vereador diz “Eu não sou homofóbico. E não sou homofóbico só em palavras e provo que não sou. No meu gabinete, na minha assessoria, trabalha comigo gay e lésbica, ou seja, se eu fosse homofóbico, não estaria trabalhando comigo. E são dois profissionais que trabalham diuturnamente a favor do cidadão goianiense e traz muito resultado”, após, ele rebate sobre a falta de liberdade de expressão.

“Estão tentando nos calar”

“Hoje estão tentando calar nós parlamentares. Por diversas vezes estão tentando nos calar. Nos calar de forma cruel, covarde, chega dá até nojo. Mas eu, vereador, tenho o compromisso em defender a família e as crianças e nada vai me fazer calar. Jamais irei me omitir diante desses fatos que estão acontecendo. Estamos sendo processados por homofobia e eu quero dizer para vocês três (Cabo Senna, Gabriela e Thialu), eu tenho orgulho de estar respondendo um processo junto com vocês, assim como eu já respondi processo junto com a equipe da polícia militar. Eu jamais irei me omitir ao defender as famílias e as crianças, independente de resultado político”

Logo após, o vereador coloca a imagem do desenho do Superman, com os dizeres “Novo Superman revelará ser bissexual em próxima edição da história em quadrinhos”. Novandir afirma que esse tipo de situação induz as crianças a mudarem de sexo.

Desenho do Superman ao se assumir bissexual. Na imagem, ele está beijando outro personagem.
Imagem com desenho do Superman ao se assumir bissexual (Foto: Reprodução/DC Comics)

 

O vereador afirma “para mim isso não é normal. Normal é o que Deus criou e Deus criou o homem e a mulher. Vai chegar um dia que as pessoas vão dizer que Deus é homofóbico. Ele não criou o gay, a lésbica, o bissexual, o travesti… É um absurdo! Eu jamais irei me calar diante desses fatos. Estou revoltado com essa situação!”, diz.

Ao final, ele pede para que outros vereadores que tenham pautas religiosas se juntem a ele na causa “Se eu tiver que responder mais 50 processos nesse sentido, estou pronto”, declara.

Assessoria

O jornal Diário do Estado entrou em contato com assessoria do vereador Sargento Novandir para que ele pudesse se manifestar sobre as falas de hoje. Até o fechamento dessa matéria, não houve retorno. Na semana passada, quando instaurado o inquérito, a nota emitida:

Nota do vereador Sargento Novandir
Nota do vereador Sargento Novandir (Assessoria) / Foto: reprodução.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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