Turismo internacional não é novidade na Câmara de Goiânia

Neste mês de outubro, a Câmara de Goiânia ganhou destaque na imprensa por custear a viagem internacional de dois vereadores, Leandro Sena (Republicanos) e Thialu Guiotti (Avante). Os parlamentares vão para Lisboa, capital de Portugal. Ao todo, a viagem vai custar R$41,4 mil aos cofres públicos. O valor será pago à agência de viagens Provence Viagem e Turismo LTDA, contratada com dispensa de licitação. Os vereadores vão para o Web Summit 2021, um evento de empreendedorismo, inovação e tecnologia, com embarque marcado para o próximo dia 30 de outubro.

No Portal da Transparência da Câmara, tem disponível a lista com todas as diárias pagas aos parlamentares e seus funcionários desde 2017. O primeiro ano da última legislatura custou R$ 19.030 mil aos cofres públicos em viagens. O destino internacional preferido dos vereadores é Portugal, pois em quase todos os anos viagens para lá são bancadas. Em 2017, Sabrina Garcez (PSD) passou quatro dias em Lisboa, as viagens ficaram em R$ 5.390 mil. Em 2019, foi a vez do vereador Andrey Azeredo, com diárias de R$ 5.793,04 mil.

Do Oiapoque ao Chuí

O ano de 2019 foi o mais movimentado na peregrinação pelo Brasil. Cerca de R$ 82 mil em diárias foram gastos, com destinos que abraçam Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Mato Grosso, Foz do Iguaçu, interior de Goiás, litoral brasileiro e até mesmo a Europa. O ano anterior, 2018, foi um pouco mais tímido, totalizando R$ 17.300 mil em diárias, sendo a maioria para Brasília.

Já 2020, por conta da pandemia, os custos da Casa com viagens não ultrapassaram a casa dos R$7 mil, desconsiderando os combustíveis. Nenhum vereador viajou sendo financiado pela Câmara, apenas alguns servidores para cursos de capacitação na capital federal.

Os R$ 47.854,16 mil gastos até agora com diárias em 2021, conseguiriam pagar sete vezes a conta de telefone da Casa Legislativa no mês de outubro. Ou então, quase pagaria o total da conta de água, o que custa cerca de R$67 mil.

As duas viagens internacionais programadas para os vereadores neste ano de primeiro mandato, ao comparado com o valor total do primeiro ano da última legislatura, 2017, correspondem ao dobro de todas as diárias pagas naquele ano.

Litoral brasileiro também está na lista

Em 2018, o vereador Juarez Lopes (PDT) viajou com um assessor para Aracaju, no Sergipe. A viagem, no entanto, foi de apenas um dia. Em 2019, foi a vez do presidente da Casa, vereador Romário Policarpo (Patriota) viajar com uma comitiva de mais dois assessores para a capital da Bahia, Salvador. O evento visitado foi o 1º Simpósio Nacional de Guardas Municipais.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp