Governo proíbe demissão de quem não se vacinou contra a Covid-19

Governo proíbe demissão de quem não se vacinou contra a Covid-19

Na tarde de hoje (01), o governo federal publicou, em uma edição extra do Diário Oficial da União, uma portaria que proíbe a demissão com justa causa dos trabalhadores que não se vacinaram contra a Covid-19. O texto considera como “prática discriminatória” a exigência do comprovante de vacina. A portaria entra em vigor a partir da data de publicação.

A portaria assinada pelo ministro Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, determina “Ao empregador é proibido, na contratação ou na manutenção do emprego do trabalhador, exigir quaisquer documentos discriminatórios ou obstativos para a contratação, especialmente comprovante de vacinação, certidão negativa de reclamatória trabalhista, teste, exame, perícia, laudo, atestado ou declaração relativos à esterilização ou a estado de gravidez“, dispõe.

Além disso, aos trabalhadores que foram demitidos por não querer se vacinar, podem entrar na justiça contra o antigo trabalho em razão de “ato discriminatório” e sendo amparados por alguma das situações abaixo:

I – a reintegração com ressarcimento integral de todo o período de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais;

II – a percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida dos juros legais.

O texto informa que, apesar de proibido a exigência do comprovante, é permitido que os empregadores possam estabelecer políticas de incentivo à vacinação dos trabalhadores e podem exigir a realização de testes contra a Covid-19.

Ministro publica vídeo sobre a portaria da não exigência da vacina

Em vídeo publicado no Twitter, o ministro Onyx Lorenzoni diz que o texto é uma “proteção do trabalho no Brasil”. Ele afirma que a decisão de não se vacinar é pessoal e que a Constituição Federal e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não fazem essa exigência. Segundo ele, “a escolha se vai ou não receber a vacina pertence apenas ao cidadão ou à cidadã, está no âmbito da sua liberdade individual e isso tem que ser respeitado”, diz o ministro.

Lorenzoni afirma ainda que o Brasil fez um “grande esforço” para garantir a vacinação contra a Covid-19 e que hoje o país é um dos que mais vacinam pessoas no mundo. Ao final, ele afirma que o governo de Bolsonaro protege o trabalhador com justiça e respeita a liberdade de expressão.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos