Morador chama auxiliar de serviços gerais de “neguinho safado”, em Caldas Novas.

O auxiliar de serviços gerais disse que se sentiu humilhado e denunciou o morador. Caso foi registrado na Polícia Civil da cidade.

Josimar dos Santos França, de 35 anos é auxiliar de serviços gerais e denunciou à Polícia Civil que foi chamado de “neguinho safado” por um morador do condomínio em que trabalha, em Caldas Novas. Um vídeo de câmeras de segurança mostra os dois discutindo e, em certo momento, o trabalhador chega a ser empurrado.

A agressão aconteceu no último dia 26. Segundo Josimar, ele estava varrendo o chão do estacionamento, quando então foi abordado pelo morador, que mandou ele parar com o serviço. De acordo com o homem, o servidor estaria sujando o seu carro.

“Eu não estava fazendo poeira. Estava varrendo umas folhinhas. Ele começou a brigar e me xingar. Falei que não estava fazendo poeira e pedi desculpas, mas ele começou a me chamar de lixo. Eu fiquei muito nervoso, comecei a tremer todo”, disse o auxiliar de serviços gerais.

Josimar ainda tentou explicar para o morador que não estava sujando o carro, mas mesmo com as explicações o morador continuou as agressões.

“Vai tomar no c* seu neguinho safado. Você só presta mesmo para isso. Você está nessa profissão porque você é um lixo”, disse o morador.

Depois da agressão verbal racista, o morador ainda deu um forte empurrão no trabalhador. Em seguida, ele teria ido até a recepção do prédio, dizendo que pediria a demissão do funcionário.

Segundo o advogado do trabalhador, Romes Lopes, o caso foi registrado como injúria racial. Ele contou ainda que entregou todas as filmagens à Polícia Civil e que o caso já está sendo investigado pela corporação.

Tentamos contato com o delegado responsável pela investigação, só que não obtivemos retorno.

Outros casos idênticos ao do auxiliar de serviços gerais

Não é a primeira vez que um funcionário de um condomínio denuncia racismo durante o trabalho. Em abril deste ano, a porteira de um edifício de Goiânia foi até a polícia denunciar que um morador a chamou de “chipanzé” e “macaca”.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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