TRE determina novas eleições em São Simão após cassação de diplomas

O prefeito, já licenciado, é acusado de pedofilia e distribuição de pornografia infantil e o vice por improbidade administrativa

Após a cassação dos diplomas do prefeito de São Simão, Francisco Assim Peixoto (PSDB) e do seu vice, Fábio Capanema (PP), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decidiu que seja realizado novas eleições para os cargos no município. No momento, a administração da cidade está a cargo do presidente da Câmara Municipal da cidade, o vereador Lucas Vasconcelos.

O prefeito cassado Francisco Peixoto é acusado pelos crimes de importunação sexual e tentativa de adquirir e distribuir pornografia infantil. Desde o dia 25 de outubro ele está afastado do cargo. Em julho deste ano, o prefeito chegou a ser preso, mas foi solto seis dias depois.

Já seu vice, Fábio Capanema é acusado de improbidade administrativa pelo seu mandato de vereador. Ainda em 2020, o Ministério Público Eleitoral interpôs um recurso contra a expedição dos diplomas do prefeito e do seu vice pois Capanema estava com seus direitos políticos suspensos por oito anos. O político teve seus direitos políticos suspensos no dia 11 de dezembro de 2020, quando teve o trânsito em julgado da ação por improbidade administrativa. Ou seja, até 2028, ele não pode ocupar cargos eleitorais.

Decisão do TRE-Goiás

De acordo com a decisão do TRE-GO, no último dia 4, a cassação dos dois políticos se dá pela indivisibilidade da chapa “uma vez reconhecida a indivisibilidade da chapa, nos termos da Súmula nº 38, do Tribunal Superior Eleitoral, sejam cassados os diplomas expedidos aos recorridos Fábio Capanema de Souza e Francisco de Assis Peixoto”.

De acordo com o juiz e relator do caso, Jeronymo Pedro Villas Boas, Capanema “ostenta inelegibilidade infraconstitucional antecedente e superveniente ao registro”, ou seja, antes mesmo de ser diplomado vice-prefeito, o político já sabia da sua condição de não poder ocupar cargo, já que a decisão foi proferida após as eleições do ano passado.

Não há ainda uma data definida para as novas eleições, pois “deve-se esgotar os recursos”, de acordo com o Tribunal.

 

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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