PF realiza operação na Bahia para colher provas de fraudes em licitações

A Polícia Federal (PF) realiza, na manhã de hoje (6), mais um desdobramento da Operação Adsumus, em Salvador e na região metropolitana, deflagrada a partir de investigações do Ministério Público Estadual da Bahia (MPE).

O objetivo é “desarticular esquema criminoso de desvio de verbas públicas, fraudes à licitação, corrupção e lavagem de dinheiro”, com o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão e sete de condução coercitiva nas cidades de Salvador, Lauro de Freitas e Santo Amaro. Todas já haviam sido alvo da operação em julho de 2016, quando foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária.

Segundo as investigações, o esquema ilegal funcionava por meio de “três núcleos empresariais” que venciam licitações de forma irregular para realizar obras públicas, fornecer material de construção e alugar maquinário para a Prefeitura de Santo Amaro. Além disso, foram detectadas outras fraudes e foi apurado que parte das obras contratadas eram realizadas por servidores da própria prefeitura, “que assim absorvia parte dos custos e possibilitava o desvio do dinheiro”.

Os valores eram recebidos, então, pelos empresários, que transferiam a um operador do pagamento de propina. Em seguida, o dinheiro desviado era distribuído aos agentes políticos e servidores públicos envolvidos nas fraudes.

A Polícia Federal detectou, também, o pagamento de “altos valores” a empresas de entretenimento cujos sócios eram secretários municipais. Os valores eram pagos sem que os contratos fossem fruto de licitação e o dinheiro vinha de desvios da prefeitura ou de verbas de programas ou convênios do governo federal. Devido aos desvios de verba pública, a PF determinou o bloqueio judicial de mais de R$ 38 milhões em dinheiro, imóveis e carros, como forma de ressarcir a União pelos desvios.

Esta etapa da operação Adsumus não contém mandados de prisão, porque o objetivo, de acordo com a PF, é localizar e apreender provas dos desvios nas contratações públicas, do pagamento de propinas e da lavagem de dinheiro. Em julho de 2016, a deflagração da Operação Adsumus gerou o afastamento do prefeito e vice-prefeito de Santo Amaro à época. A cidade está localizada a 72 quilômetros de Salvador.

Atualmente, o ex-prefeito da cidade Ricardo Jasson Magalhães, o ex-secretário de Administração Luís Eduardo Pacheco Alves e a empresária Rafaela dos Santos Santana Hedjazi são alvos de denúncia do MPE, devido a processos fraudulentos e desvio de dinheiro público. O ex-vice-prefeito, de Santo Amaro, Leonardo Araújo Pacheco Pereira, foi preso preventivamente em março deste ano.

Fonte: Agência Brasil

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp