Inflação de junho em Goiânia é menor desde 2006

A inflação de Goiânia em junho (-0,12%) registra o menor índice para o mês desde 2006 e foi a terceira taxa negativa este ano. As outras foram em fevereiro (-0,98%) e em abril (-0,08%). Isso contribuiu para conter o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos últimos 12 meses, ficando em 1,71%, muito inferior aos 12,11% de igual período anterior.

Os itens que compõe os grupos alimentação e habitação, que são responsáveis por quase 50% das despesas dos goianienses, registraram quedas, como frutas (-20%), hortaliças e legumes (-10,82%), embora o feijão tenha voltado a subir de preço em 38,76%. A tarifa da energia elétrica caiu -4,96%, devido a diminuição de algumas taxas.

O gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais do Instituto Mauro Borges, da Secretaria de Gestão e Planejamento (IMB/Segplan), economista Marcelo Eurico de Sousa, avalia que o recuo da inflação em junho, como ocorreu em abril e em fevereiro, é um fato bom para a economia brasileira e, por outro lado, mostra que o País continua em recessão.

“O recuo da inflação foi provocado por uma maior oferta de produtos, em função da demanda reprimida dos consumidores, que se arrasta há dois anos e que piorou nos últimos 12 meses, e não porque estamos vivendo em tempos áureos de economia em crescimento. Com menos dinheiro no bolso o consumidor foge das compras. E com muito estoque, o comerciante tem de baixar preço para liquidar”, disse Marcelo.

Peso
Em junho, o índice da inflação foi contrabalanceado pelos grupos de vestuário (1,13%), artigos residenciais (0,91%), educação (0,70%), saúde e cuidados pessoais (0,38%) e despesas pessoais (0,19%), impedindo, desta forma, uma queda maior do indicador.

No grupo de alimentação os produtos que mais impactaram para a queda dos preços foram a batata inglesa (-24,38%), tomate (-23,52%), abobrinha (-16,27%), cenoura (-6,62%), alface (-4,63%), laranja pera (-23,96%), banana prata (-23,87%), maçã (-19,74%), melancia (-11,20%), banana maçã (-8,27%), açúcar (-5,83%), achocolatado (-3,69%), arroz (-3,46%), pão francês (-3,77%), carne bovina: coxão duro (-3,07%), patinho (-1,92%), frango (-1,07%), frango em pedaços (‑2,00%), pernil suíno (-1,19%), leite LV (-0,64%), iogurte (-3,90%). Na alimentação fora do domicílio também foram observados recuos dos preços do suco de laranja (-3,20%) e do picolé de fruta (-3,57%).

Na habitação ocorreu diminuição da conta de energia elétrica em -4,96%, devido à queda de algumas taxas, bem como a redução dos preços do sabão em pó (-2,61%), sabão em barra (-1,21%) e do detergente líquido (-0,63%).

Dos 205 produtos/serviços pesquisados mensalmente pelo IMB/Segplan, 89 apresentaram elevação, 32 ficaram estáveis e 84 tiveram variação negativa. No grupo comunicação todos os itens da listagem ficaram com preços estáveis. O grupo de transportes teve uma pequena variação (0,03%) devido aos aumentos da motocicleta (1,91%) e da passagem de ônibus interestadual (1,96%).

Cesta básica

Devido à queda dos preços dos alimentos no mês passado, o custo da cesta básica para o trabalhador goianiense também diminuiu -2,60. Para adquirir os 12 itens da cesta foi necessário desembolsar R$ 314,67. No acumulado dos últimos 12 meses, o valor da cesta também recuou 12,83%.

Em junho, os itens da cesta básica que tiveram reajustes foram o feijão (27,41%), farinha/massas (1,44%) e a margarina (0,46%). O óleo ficou estável. Registraram quedas os produtos: carne (-3,11%), leite (-0,64%), arroz (-3,46%), legumes/tubérculos (-6,48%), pão (-3,77%), café (-0,44%), açúcar (-5,83%) e frutas (-18,90%).

As informações são do Goiás Agora

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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