Ministro da Justiça rejeita cobrar vacina para entrar no Brasil

Ministro da Justiça rejeita cobrança de vacina

Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendar a exigência da vacina contra a Covid-19 para entrada no Brasil, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse à imprensa que o governo federal descarta a ideia. De acordo com Torres, a medida não é necessária porque a vacina ”não impede a transmissão da doença”. Ele, em conjunto com outros dois ministros (Marcelo Queiroga, da Saúde, e Ciro Nogueira, da Casa Civil), quem determina as regras de controle de fronteiras durante a pandemia do coronavírus.

Nesta quinta-feira (25), a Anvisa divulgou duas notas técnicas recomendando a exigência da vacina para entrada de viajantes no país. Em uma delas, que aborda a entrada por terra, a pasta recomenda a liberação de estrangeiros que completaram o ciclo vacinal há pelo menos 14 dias.

”Hoje, o país não permite a entrada de pessoas de outros países através de rodovias ou quaisquer outros meios terrestres. Os não vacinados, caso queiram entrar no território nacional, devem utilizar o modo aéreo, em que os controles são mais adequados”, pede a Anvisa. A única exceção vale para os profissionais envolvidos na atividade de transporte de cargas, que permanecem isentos de cobranças de vacinação e de testes de diagnósticos.

Em outra nota, que fala sobre transportes aéreos, a agência pede a revisão da política nas fronteiras brasileiras. “especialmente para a inclusão da cobrança de prova de vacinação”. A ideia é “estimular que o Brasil não se torne um dos países de escolha para os turistas e viajantes não vacinados”.

A Anvisa cita quatro medidas a serem adotadas para casos de risco de transmissão e agravos à saúde em decorrência do transporte internacional de viajantes em modo aéreo: vacinação completa, testagem para vacinados e não vacinados, autoquarentena para não vacinados e declaração de saúde para todos os viajantes. A agência recomenda que sejam aceitos apenas imunizantes aprovados pela pasta ou pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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