Privatização da Celg, um negócio possível

Sem entrar no mérito de quem deixou mais ou menos esqueletos na Celg, hoje é um dia importante na história da maior empresa de Goiás. Depois de um longo processo, com idas e vindas, a companhia finalmente passa para o controle de um grupo privado, a gigante do setor elétrico mundial Enel, de origem italiana.

Os críticos vão dizer que os goianos estão perdendo um patrimônio público; os defensores que a Celg tornou-se, nos últimos anos, uma pedra no sapato do desenvolvimento de Goiás. Quem está com a razão? Com a palavra, os historiadores.

O dado concreto é que há muito a Celg perdeu as condições de atuar com competitividade no mercado e acabou, sim, se constituindo num entrave para o crescimento da economia da Goiás. Não foram poucas as empresas que sofreram na pele o problema da pouca ou quase inexistente oferta de energia. As populações conviveram com constantes interrupções e centenas de cidades amargaram o fantasma da escuridão.

Muitos podem dizer que o Estado não dá conta de atuar numa área tão complexa, como a do setor elétrico, mas existem outros exemplos de boas gestões públicas neste ramo da economia como a Cemig em Minas Gerais e a Celesc em Santa Catarina, apenas para economizar nos argumentos. A Celg, em dado momento, chegou a acumular uma dívida de superior a cinco vezes o seu patrimônio. Perdeu competividade e tornou-se pouco atrativa para investidores.

O tal patrimônio dos goianos, então, não passava de uma moeda podre. A privatização vai garantir um aporte financeiro imediato de R$ 2 bilhões, com a garantia do grupo investidor de aumentar a oferta de energia no Estado. A racionalidade nos leva a concluir que é melhor pagar uma energia cara pela eficiência, do que uma energia cara pela ineficiência.

A operação total envolve algo próximo de R$ 8 bilhões – R$ 4 bilhões em assunção de dívidas, R$ 2,2 bilhões pelo valor da venda e R$ 2 bilhões em investimentos. Pode até não ser o melhor negócio do mundo, mas é o negócio possível.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Comediante tem shows cancelados após piada sobre enchentes no Rio Grande do Sul

O comediante Abner Dantas teve seus shows em Canoas e Novo Hamburgo, marcados para os dias 27 e 28 de novembro, cancelados após publicar um vídeo polêmico nas redes sociais. Na publicação, Dantas fez uma piada de mau gosto sobre as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul no primeiro semestre deste ano, causando a morte de mais de 170 pessoas.

No vídeo, o humorista utilizou filtros de rede social e simulou uma pessoa se afogando, enquanto convidava o público para suas apresentações. Ele ainda escreveu na legenda: “Assim como vocês tiveram que construir novas casas, eu estou construindo o meu show solo e vou testá-lo dia 27 em Canoas e 28 em Novo Hamburgo”.

A postagem foi duramente criticada por internautas, que classificaram o conteúdo como insensível e desrespeitoso. Comentários como “Quando não se tem talento, usa-se a apelação” e “Respeite quem passou por essa tragédia” foram comuns.

Diante da repercussão negativa, Dantas publicou um vídeo de desculpas, mas manteve um tom irônico ao aparecer vestido de mergulhador e salva-vidas. Ele afirmou que gostaria de se desculpar pessoalmente com o público gaúcho, mas a tentativa não foi bem recebida.

O Buteco Comedy Bar, onde os shows aconteceriam, anunciou o cancelamento das apresentações. Em nota, o estabelecimento repudiou a abordagem de Dantas e destacou o impacto das enchentes na região, que afetaram diretamente funcionários e familiares dos proprietários.

Felipe Vacilotto, sócio do Buteco Comedy, declarou que a decisão foi imediata: “Assim que vimos a postagem, decidimos na hora cancelar. Mandamos uma mensagem para a produção.” As apresentações foram oficialmente suspensas e a venda de ingressos retirada do ar.

 

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp