China se mostra irritada com suspensão de torneios de tênis no país

Na quinta-feira (2), a China mostrou sua irritação com a Associação de Tênis Feminino (WTA) após ter os torneios suspendidos no seu território. A medida foi tomada pela associação em solidariedade da tenista Peng Shuai, após a atleta fazer acusações sobre agressão sexual.

Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores destacou que o país asiático “se opõe à politização do esporte”. Já para o jornal Global Times, em um edital publicado pelo Diário do Povo do Partido Comunista, o governista disse que a WTA trai o espírito olímpico unindo a política ao esporte com tal decisão.

“Algumas forças do Ocidente estão instigando um boicote contra a Olimpíada de Inverno de Pequim de 2022”, prosseguiu o texto do jornal.

O cancelamento dos torneios de Tênis

A tenista Peng Shuai, ex-número um do mundo na categoria de duplas, não foi vista em público durante quase três semanas. O sumiço da atleta ocorreu depois de ter publicado uma mensagem em uma rede social, no início de novembro, acusando o ex-vice-premiê chinês Zhang Gaoli de agressão sexual.

Peng esteve presente em um torneio infantil de tênis em Pequim, em meados de novembro, como mostram algumas fotos e vídeos publicados pela mídia do estado chines e os organizadores dos eventos.

O assunto ainda está bloqueado na internet chinesa. O governo da China não comentou sobre a acusação feita por Peng Shuai, Zhang, que se aposentou do cargo de ex-vice-primeiro-ministro em 2018.

Os atletas falam

Jogadores se posicionaram sobre o caso, Novak Djokovic e Daniil Medvedev falaram um pouco sobre o caso e sobre como esperam que a atleta chinesa esteja em segurança.

“O seu bem-estar e saúde são de extrema importância para a comunidade do ténis. Independentemente de ser ela, pode acontecer com qualquer jogador, homem ou mulher, e não acho errado que a WTA peça esclarecimentos sobre o que está a acontecer. É muito triste que não tenhamos clareza suficiente sobre isso”, destacou o tenista sérvio.

“O que todos queremos é que ela esteja segura, o que ainda não podemos saber a cem por cento. O que a WTA fez foi, sem dúvida, uma decisão forte”, disse o russo Medvedev

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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