O escritor Olavo de Carvalho afirmou nesta segunda-feira (21) que o presidente Jair Bolsonaro usou sua imagem para se eleger. A declaração foi feita em uma live realizada no YouTube, na presença de outros nomes do bolsonarismo como os ex-ministros Ricardo Salles e Abraham Weintraub.
Segundo o “guru” ideológico do presidente diz que foi utilizado como “poster boy”, ou garoto propaganda, e considera que “a briga já está perdida” enquanto fala da próxima eleição.
“Então, a minha influência sobre o Bolsonaro é zero. Ele me usou como ‘poster boy’. Me usou para se promover, para se eleger. E, depois disso, não só esqueceu tudo o que dizia, como até os meus amigos que estavam no governo ele tirou”, acrescentou o escritor.
Ainda prosseguiu falando sobre a falta de influência que o presidente exerce nas áreas em que deveria ter o poder para governar.
“O Bolsonaro não é obedecido em praticamente nada, nada. Quem manda no Brasil é a turma do STF, da mídia, do show business. Acabou. E o pessoal das Forças Armadas? Assiste a tudo isso. Só acredita em neutralidade ideológica. Ou seja, no Brasil só existem duas possibilidades: ou você é comunista ou você é neutro. Não existe direita. Existe bolsonarismo”, destacou Olavo de Carvalho no canal “Conversa Talk”.
O escritor ainda falou sobre o futuro do país brasileiro diante do cenário que se forma para as eleições do ano de 2022.
“O Brasil vai se dar muito mal, gente. Não venham com esperanças tolas, porque é o seguinte: a briga já está perdida. Existem chances de fazer voltar… Existe uma chance remota, mas só se o Bolsonaro acordar, mas eu não sei como fazê-lo acordar.”, falou o Carvalho ainda na live. Dizem que eu sou o ‘guru do Bolsonaro’. Isso é absolutamente falso. Conversei com ele somente quatro vezes na minha vida. E duvido que ele tenha lido um só livro inteiro. Se ele tivesse lido com atenção, teve muita coisa que ele fez e não faria.”, relata o ensaísta.
A influência de Olavo de Carvalho no Governo Bolsonaro
O escritor foi o responsável por indicações no governo Bolsonaro, como a de Ernesto Araújo como chanceler e a do ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodrigues, demitido pelo presidente em abril de 2019.