“Perigosa é a doença”, diz pediatra sobre segurança da vacina contra Covid-19

O Ministério da Saúde anunciou que, nesta quinta-feira (23), abre uma consulta pública sobre vacina contra Covid-19 para crianças. A previsão é de que esteja disponível, no site da pasta, até 2 de janeiro. No dia 16 de dezembro, a Anvisa autorizou a imunização, com a Pfizer, de crianças entre 5 e 11 anos de idade. O ministro da saúde, Marcelo Queiroga, disse que só haverá uma posição do governo no dia 5 de janeiro.

Para o professor e chefe do departamento de pediatria da UFG, Solomar Martins Marques, a aprovação da Anvisa é significativa. “A Anvisa avalia estudos, vê onde foram feitos, dá legitimidade científica. A Anvisa faz este papel de avaliar. Quem executa é o Ministério da Saúde”, explica.

O pediatra lembra ainda que, na época de aprovação da vacina para maiores de 12 anos, também houve resistência, inclusive por integrantes do governo. “Participo da Câmara Técnica de Pediatria, que divulgou, junto com a Sociedade Goiana de Pediatria, uma nota em defesa da aplicação, na época”, relembra.

“A vacina é segura. O que me preocupa é que essa polêmica em torno do assunto faz com que os pais se sintam inseguros. Assim como os medicamentos, todas as vacinas podem ter efeito colateral passageiro. O vírus é certeza que vai fazer mal, mas a vacina tem chances pequenas. Perigosa é a doença”, destaca.

Vacina para crianças

Conforme explica o pediatra, a vacinação contra Covid-19, para crianças, tem diferenças.

“A dosagem é diferente. A composição é a mesma, mas, em pediatria, diminui-se doses de medicamentos e a vacina segue este mesmo raciocínio. A vacina contra gripe já faz isso”, explica.

Até o momento, a vacina aprovada pela Anvisa, para aplicação em menores de 11 anos, é a Pfizer. “No Chile, estão aplicando a CoronaVac. Ela está com papéis para aprovação na Anvisa, mas ainda deve demorar um pouco”, conta o médico.

Assim como o Chile, outros países como Argentina, Estados Unidos, Canadá, China e Israel já vacinam crianças. “Nos EUA, mais de 5 milhões já foram vacinadas e as que tiveram reação apresentaram só sinais mínimos, nada grave”, exemplifica o médico.

Sobre a possibilidade de dose de reforço para as crianças, não há certeza, mas “tudo indica que haverá sim”, de acordo com Solomar.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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