Ano de 2022 se inicia com fila de quase 2 milhões de pedidos de beneficio no INSS

O ano de 2022 mal começou e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já tem pelo menos 1,86 milhão de pedidos de benefícios na fila para autorização. A expectativa do novo presidente do INSS, José Carlos Oliveira, era zerar a fila de espera em oito meses. A declaração foi dada por José em novembro de 2021.

Entretanto, atualmente a fila tem 1.865.209 requerimentos em espera. O número vem aumentando desde abril de 2020, mês em que se inciou a pandemia no Brasil. Na ocasião, existiam cerca de 1,75 milhão de pedidos aguardando por uma decisão do governo. Em boa parte de 2021, o estoque ficou acima de 1,8 milhão.

Segundo o INSS, o número de pedidos é maior do que o órgão consegue analisar. O instituto recebe cerca de 800 mil novos pedidos por mês, e só consegue analisar 700 mil no mesmo período. O INSS afirmou ainda que há cerca de 458 mil pedidos de benefício aguardando a perícia médica, outro motivo para o atraso nas análises.

Pobres esperam mais

Grande parte da população afetada pela lentidão são pobres, como é o caso da costureira Maria Abadia de Jesus, de 58 anos. O Diário do Estado mostrou com exclusividade no mês de outubro de 2021, o drama da costureira que busca há mais de quatro anos o auxilio doença, beneficio disponibilizado pelo INSS.

Maria tem dificuldade para andar, sente incômodos nas costas por conta de uma fratura em uma vertebra da coluna cervical e sente fortes dores nos joelhos, articulações em que precisou realizar 4 cirurgias, sendo três no joelho esquerdo e uma no joelho direito.

Ela nunca trabalhou de carteira assinada, mas há 12 anos contribuí com o INSS de forma autônoma. No entanto, desde 2018 ela tenta o auxilio doença, mas sem sucesso. O benefício é essencial para levar uma melhor qualidade de vida, segundo a costureira, já que a sua rotina de trabalho de 10 a 12 horas sentado em uma cadeira e forçando o joelho em maquinas de costura tem cobrado o seu preço.

Mará costurando panos de prato, sua única fonte de renda / Foto: Arquivo pessoal

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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