A Caixa Econômica Federal reabriu um programa de demissão voluntária extraordinário (PDVE) e espera que a adesão alcance 5.480 empregados, apurou o ‘Estadão/Broadcast’. Na iniciativa anterior, encerrada em março último, o banco teve a adesão de 4.645 funcionários em um contingente de 30 mil pessoas elegíveis.
A expectativa da Caixa, em seu PDV anterior, era alcançar 10 mil empregados. Como não chegou ao número, o banco optou por reabrir o programa. Ao final de março, a Caixa contava com 101.505 funcionários, considerando estagiários e aprendizes. Somente empregados diretos do banco eram 91.128.
Desta vez, o período de adesão ao programa de demissão voluntária começa nesta segunda-feira e vai até o dia 14 de agosto. Com isso, o desligamento dos funcionários que aderirem ao PDV deve ocorrer de 24 de julho a 25 de agosto, conforme informações de documento enviado aos gestores do banco e obtido pelo Estadão/Broadcast. “O PDVE tem por objetivo dar suporte financeiro aos empregados que queiram se desligar voluntariamente da empresa e que se enquadrem nas regras”, explica a Caixa, na carta.
Poderão aderir ao programa de demissão voluntária do banco público os funcionários com no mínimo 15 anos de casa; aposentados pelo INSS até a data de desligamento, exceto quando for por invalidez; funcionários aptos a se aposentarem até 31 de dezembro de 2017 ou com adicional de função de confiança/cargo em comissão gratificada até a data de desligamento.
Em troca, a Caixa está oferecendo apoio financeiro, em caráter indenizatório e a ser pago em parcela única, de dez remunerações base do empregado, limitado a R$ 500 mil. Os funcionários que aderirem, conforme explica o banco, permanecerão com o plano de saúde da instituição desde que atendam os requisitos estabelecidos pela instituição. Para os que não se enquadrarem, o banco oferece a permanência no plano por 24 meses, sem prorrogação.
Procurada, a Caixa confirmou a reabertura do programa de demissão voluntária extraordinário.
Bradesco
Na semana passada, o Bradesco também anunciou um plano de demissão voluntária, o primeiro de sua história. O objetivo do banco, que precisa eliminar gorduras após a incorporação do HSBC, é alcançar uma adesão de entre 5 mil e 10 mil colaboradores, conforme informou o Estadão/ Broadcast na última quinta-feira. O prazo de adesão é parecido com o da Caixa. Começa também nesta segunda-feira e vai até 31 de agosto. O público-alvo inclui todo o conglomerado Bradesco, mas apenas para funcionários com mais de dez anos de casa, e não está disponível para todos os departamentos, de acordo com fontes.
O Bradesco contava com 106.644 funcionários em março último, número 16,68% maior do que o visto um ano antes, ou seja, antes da integração do HSBC, que começou a ser considerado nos demonstrativos financeiros da instituição em julho de 2016 e adicionou cerca de 20 mil funcionários aos quadros do banco.
Já o Banco do Brasil fez, no ano passado, um plano de incentivo à aposentadoria. Na ocasião, a instituição conseguiu a adesão de 9,4 mil funcionários num horizonte possível de 18 mil servidores. O banco tem dito que não deve fazer outro movimento nesta direção.
As iniciativas dos bancos, seja do lado de demissões voluntárias ou incentivo à aposentadoria, ocorrem em meio à um movimento de reestruturação das redes físicas, com a maior relevância dos canais digitais, que já representam a maioria das transações bancárias, e ainda do internet banking. Além de fechar algumas unidades, as grandes instituições de varejo no País estão readequando as agências, transformando-as em espaços de negócios já que, cada vez mais, os correntistas fazem transações pelos seus celulares e tablets.
Ao final de março último, os cinco maiores bancos do País reuniam 19.220 agências, conforme dados disponíveis nos balanços de Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Santander Brasil e Caixa. O número indica a redução de apenas 142 unidades em um ano (seriam cerca de mil, se aos números do Bradesco não tivessem subido por conta da integração, no período, das 851 agências do HSBC).
Já em termos de funcionários no Brasil, os cincos maiores bancos somavam quase 426 mil no primeiro trimestre, um enxugamento de cerca de 3,8 mil pessoas em um ano. Aqui, também, se descontado o contingente do HSBC, a redução seria bem maior.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.