Bombeiros confirmam dez mortes, após queda de rochas em Capitólio (MG)

Na noite deste domingo (9), o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBM-MG),  encontrou outros três corpos de vítimas do acidente em Capitólio, a pouco mais de 300 quilômetros de Belo Horizonte. Segundo a equipe, não há mais pessoas desaparecidas. O anúncio foi feito às 19h50, momento em que os Bombeiros suspenderam as buscas temporariamente. O trabalho foi retomado às 6h desta segunda-feira (10), para buscas de fragmentos de corpos e possíveis vítimas que ainda não tenham sido localizadas.

Os Bombeiros encontraram ainda fragmentos de corpos que integram o acervo da Polícia Civil, formado para identificação das vítimas. Ao todo, três lanchas foram atingidas pela queda de um paredão no cânion do Lago de Furnas neste sábado (08) por volta do meio-dia. De acordo com o porta-voz do CBM-MG, tenente Pedro Aihara, havia de 70 a 100 pessoas na região do acidente em barcos. Além das dez mortes registradas, 32 pessoas ficaram feridas, sendo que 27 foram atendidas e liberadas.

O prefeito de Capitólio anunciou o fechamento do turismo aquático por tempo indeterminado até liberação de um parecer da Defesa Civil. “Estão fechados os pontos aquáticos com paredões e pedras. No nosso caso são os cânions, Cascatinhas e Vale dos Tucanos”, disse Cristiano Geraldo da Silva.

Nos vídeos publicados na internet que registram o desabamento, pilotos e turistas de embarcações mais afastados do paredão gritam para os demais retornarem porque havia pedras caindo sinalizando o desastre natural.

Alerta

Especialistas em Geologia apontam que as autoridades locais deveriam impedir passeios no local no período de chuvas, principalmente intensas e concentradas como as deste ano, e monitorar a região, embora os desmoronamentos sejam de ordem natural, devido ao risco de acidentes. Os estudiosos defendem a necessidade de mapeamento geológico do local. A Defesa Civil de Minas Gerais havia emitido alerta para o risco de altos índices pluviométricos na região.

Previsão

Ontem, circulou na internet a imagem de um foto que teria sido registrada por um médico que visitou o lago de Capitólio em 2012. À época, ele publicou a imagem do paredão que caiu alertando para o desabamento iminente.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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