Vídeo: Ação da PM na Chapada é chamada de chacina e tem repercussão nacional

Na tarde de quinta-feira passada (20), a Polícia Militar informou que quatro suspeitos de tráfico de drogas foram mortos em uma propriedade rural de Cavalcante, na região da Chapada dos Veadeiros. Os policiais disseram que foram recebidos a tiros e por isso atiraram de volta. No entanto, na segunda-feira (24), a PM os afastou. Segundo a Polícia Civil, os quatro mortos na ação não tinham antecedentes criminais. Um deles era quilombola Kalunga. Na região, moradores protestaram e chamaram a ação de chacina, afirmando que as vítimas não tiveram chance de se defender. Uma nota de repúdio protesta contra o caso e é assinada por 134 entidades e mais de três mil pessoas.

Quatro homens foram mortos na ação. Salviano Souza da Conceição tinha 63 anos, morava na chácara invadida pelos policiais, era guia turístico e trabalhador rural. Ozanir Batista da Silva tinha 47 anos, era trabalhador rural, mas estava desempregado. Os familiares de Ozanir disseram que ele estava na chácara para ajudar em uma colheita de milho. Antônio da Cunha Fernandes, 35 anos, era quilombola da comunidade Kalunga, trabalhador rural e também estava desempregado. Alan Pereira Soares tinha 27 anos, trabalhava informalmente, capinando terrenos, por exemplo. Deixou uma filha de seis meses e a companheira grávida de três meses.

O caso

A Polícia Militar informou à Polícia Civil que foi ao local depois de receber denúncia afirmando que na propriedade rural haveria uma grande plantação de maconha. No depoimento, os PMs afirmaram que foram recebidos a tiros e que, por isso, dispararam 58 tiros de fuzis e pistolas.

Ainda segundo os policiais militares, além dos quatro homens baleados e mortos, havia outras três pessoas que fugiram. Sete agentes participaram da ação, segundo o boletim. Na segunda-feira (24) a Polícia Militar informou que afastou os PMs envolvidos no caso e instaurou inquérito policial.

A Polícia Civil investiga o caso. Em entrevista à TV Anhanguera, o delegado responsável pelo caso, Alex Rodrigues, afirmou que nenhum dos quatro homens mortos tinham antecedentes criminais.

A Polícia Civil investiga o por que as parte da droga foi incinerada pelos PMs antes da chegada dos policiais civis. Na entrevista, Rodrigues informou que o procedimento padrão é que o próprio delegado faça incineração da droga. Os PMs relataram à Polícia Civil que haveria cerca de 500 pés de maconha, porções prensadas e outras prontas para consumo.

O DE solicitou à assessoria uma entrevista e informações sobre o andamento da investigação, mas a reportagem foi informada de que a Polícia Civil não está comentando o caso. A Secretaria de Segurança Pública também foi consultada, sobre detalhes do boletim de ocorrência e posicionamento da pasta, mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno.

Revolta da população na região da Chapada

A nota de repúdio assinada por 134 entidades da sociedade civil e movimentos sociais de Goiás afirma que não houve embate das vítimas com a polícia. “Nenhum policial ou viatura foram alvejados ou feridos. As vítimas foram mortas por 58 tiros, sendo que 40 disparos foram feitos por fuzis”, afirma o texto.

A nota de repúdio afirma ainda que a Polícia Militar “invadiu sem mandado de prisão ou investigação prévia” a propriedade na zona rural de Cavalcante, região da Chapada. Além de entidades, a nota já foi assinada por 3.670 pessoas e, segundo a página, a meta é atingir cinco mil assinaturas.

“Salviano, Chico, Jacaré e Alan eram conhecidos por todos da comunidade e muitos possuem estórias pra contar dos momentos vividos juntos. Não eram pessoas violentas, não andavam armados. Eram pacíficos. Morreram por causa da indiferença com a vida de uma guerra insana, que condena e mata de forma seletiva uma parte da população que é preta e pobre, em verdadeiros tribunais de rua”, afirma outro trecho da nota.

Na tarde do último domingo (24), moradores da Vila de São Jorge, em Alto Paraíso, região da Chapada, protestaram e pediram justiça pelos quatro homens mortos na ação da PM. Amigos, familiares das vítimas e moradores da região levaram cartazes com dizeres como “São Jorge pede justiça. Por que mataram inocentes?”, “Cadeia para polícia corrupta e bandida”, “Toda vida importa” e “Chacina na Chapada”.

Assinatura de Nota – Padre Júlio Lancellotti:

Assista ao vídeo do protesto

 

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Torcedores jogam cabeça de porco em jogo de Corinthians x Palmeiras

Durante a vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Palmeiras na Neo Química Arena, em São Paulo, um incidente chocante marcou o jogo. Torcedores do Corinthians lançaram uma cabeça de porco no campo, gerando grande controvérsia e indignação.

Segundo testemunhas, o incidente ocorreu começou antes do início do jogo, quando a cabeça de porco foi arremessada por um homem em uma sacola por cima das grandes do setor sul.

A Polícia Civil solicitou ao Corinthians o acesso às imagens da câmera de segurança para identificar todos os responsáveis pelo ato. Dois torcedores foram levados ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) e, após depoimentos, foi proposto uma transação penal no valor de R$ 4 mil ao Ministério Público, mas eles não aceitaram e negaram ter participado do ato.

Um dos suspeitos da provocação foi identificado como Rafael Modilhane, que teria comprado e arquitetado o ataque ao time rival. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra que o torcedor comprou o item em um açougue e mencionou o plano para jogar a cabeça no gramado.

“Sabe aquela cabeça de porco que postei mais cedo? Vocês vão ver o que vai acontecer com ela. A gente é louco mesmo. Se for para mexer com o psicológico de vocês [jogadores], nós vamos mexer.”, afirmou Modilhane.

Confira o vídeo:

Pelo artigo 201 da nova Lei Geral do Esporte, os torcedores envolvidos podem responder por “promover tumulto, praticar, incitar a violência e invadir local restrito aos competidores, com possível penas de até seis meses de prisão ou multa”. Cabe agora a decisão do Ministério Público se a denúncia será realizada ou voltará ao Drade para novas investigações.

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