Rússia afirma ser “inaceitável” guerra com a Ucrânia

A ideia de uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia é inaceitável, segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Alexei Zaitsev. A declaração feita nesta quinta-feira (27/1), tem como objetivo eliminar rumores de uma invasão da Rússia ao país vizinho.

“Já afirmamos repetidamente que nosso país não pretende atacar ninguém. Consideramos inaceitável até mesmo o pensamento de uma guerra entre nosso povo”, disse.

A Rússia teria aumentado a presença de suas tropas na região da fronteira ucraniana. O país também enviou forças para Belarus.

Entretanto, Keiv, capital da Ucrânia, não confirma a versão da Rússia de que o separatista no leste da Ucrânia é uma guerra civil que nada tem a ver com Moscou. A capital também afirma que a Rússia apoia os separatistas com forças disfarçadas no terreno de combate.

Em longa conversa nesta quarta-feira (26/1), assessores políticos da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha concordaram em avaliar um cessar-fogo no leste da Ucrânia.

No entanto, de acordo com o negociador-chefe da Rússia, Dmitry Kozak, questões relacionadas a um acordo de paz para o conflito no leste europeu permaneceram sem solução, mesmo após oito horas de negociações.

Segundo Kozak, outra reunião dos quatro países será realizada em duas semanas em Berlim.

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Avião da Embraer pode ter sido abatido por sistema de defesa russo, indicam fontes

O acidente com o avião da Azerbaijan Airlines que deixou 38 mortos na última quarta-feira pode ter sido causado por um sistema de defesa aérea russo, segundo informações obtidas pela agência Reuters. A suspeita foi inicialmente levantada por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que mencionou imagens mostrando coletes salva-vidas perfurados. Especialistas em aviação e militares corroboraram a análise, e até mesmo a mídia russa considerou a possibilidade de a aeronave ter sido confundida com um drone ucraniano.

Enquanto isso, as autoridades russas e do Cazaquistão pedem cautela. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, declarou que especulações sobre as causas são prematuras, e o presidente do Senado do Cazaquistão, Mäulen Äşimbaev, reforçou que a investigação está em andamento, garantindo transparência nos resultados.

O avião, que partiu de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozny, na Rússia, desviou significativamente de sua rota antes de cair no Cazaquistão. A companhia aérea inicialmente sugeriu que o acidente poderia ter sido causado por colisão com aves, mas especialistas descartaram essa hipótese. Serik Mukhtybayev, especialista cazaque, e o brasileiro Lito Sousa destacaram que os danos nos destroços apontam para uma causa externa, possivelmente relacionada a um ataque.

Relatos e análises reforçam a teoria de que o avião foi atingido por um míssil. Um piloto militar francês, sob anonimato, afirmou que os danos na cauda são consistentes com explosões de estilhaços. O blogueiro russo Yuri Podolyaka também mencionou sinais típicos de sistemas antiaéreos.

Dados do site Flightradar24 mostram que o avião enfrentou interferências de GPS antes do acidente, algo já atribuído à Rússia em ocasiões anteriores. A Chechênia, destino final do voo, havia sido alvo de ataques com drones no mesmo período, segundo informações locais.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, evitou especular, atribuindo o desvio de rota ao mau tempo. A caixa-preta do avião foi recuperada e será analisada para determinar a causa do acidente. Das 67 pessoas a bordo, 29 sobreviveram, sendo que 11 permanecem em estado grave.

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