Reforma da Previdência: Arthur Maia diz que apresentará parecer dia 16 de março

Após o encerramento da primeira reunião de trabalho, o relator da comissão especial destinada a analisar a reforma da Previdência, o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) disse hoje (14) que não alterará o seu cronograma de trabalho e apresentará o parecer na comissão no dia 16 de março. O relator quer manter o roteiro de nove audiências públicas para tratar do tema para finalizar na data pretendida.

Diante das pressões de parlamentares da oposição e da base governista, Maia admitiu a possibilidade de incluir mais uma ou duas audiências para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16 da reforma da Previdência. “Trabalho com um roteiro que está aí e que você pode se desviar um pouquinho. Obviamente que podemos fazer uma pormenorização trazendo outros temas, mas penso que não devemos mudar muito para ter mais audiências públicas”, disse.

Reforma para as mulheres

Uma das audiências, provavelmente, tratará dos impactos da reforma para as mulheres. O pleito foi apresentado pela líder da minoria no colegiado, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Mesmo assim, o relator disse que mesmo que a comissão realize mais debates, o relatório será apresentado logo após a décima sessão, aproveitando o que estabelece o regimento da Casa. “Para mim está valendo a data de quando terminar as dez sessões [15 de março]”, disse. “Entre a apresentação e a votação do parecer, nós precisamos ter um tempo para fazer a negociação para que o texto represente o sentimento médio dos deputados”.

A intenção de Maia é garantir que a proposta seja aprovada no colegiado na primeira quinzena de abril e, posteriormente, ser encaminhada ao plenário da Câmara. “Independente do que vai acontecer na comissão, temos que encerrar esse semestre aqui na Câmara com esse projeto aprovado”.

Mais otimista, o presidente da comissão, Carlos Marun (PMDB-MS), acredita que a proposta estará aprovada tanto na Câmara quanto no Senado até o final do primeiro semestre. “A minha previsão é aprovar a reforma da Previdência nas duas casas no primeiro semestre. Pelo que estou vendo aqui isto é possível”, disse.

A oposição criticou a pressa em votar a proposta ainda nesse primeiro semestre. Um dos argumentos é que a reforma altera a Constituição e vai mexer com a vida de mais de 200 milhões de brasileiros. O ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) chegou a propor a criação de quatro subrelatorias para ajudar o relator, mas, com 12 votos a favor e 12 contra, a proposta não foi incluída na pauta porque eram precisos 19 votos favoráveis.

Para a deputada Jandira Feghali, a comissão deve fazer debates em diferentes estados do país para sentir levar o debate para mais perto da população e para que os deputados conheçam as peculiaridades das diferentes regiões brasileiras. “É necessário que se ouça a população do Brasil, pois essa matéria é muito importante”, disse Jandira. “Daqui a três semanas você vai ter uma proposta de texto que mexe com a vida de milhões de brasileiros, mexe com idosos, com pessoas com deficiência, com mulheres, atingindo 70% dos municípios menores que dependem dos benefícios da Previdência”.

Fonte: Agência Brasil.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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