Madrasta confessa que matou menino com chutes na barriga

A madrasta de Davi Luiz Rodrigues Rosa, de 7 anos, Vanária Rodrigues da Silva, confessou à polícia que agrediu o enteado com chutes na barriga, em Goianésia, na região do Vale do São Patrício. Ele morreu após infecção decorrente dos golpes. A mulher e o pai do menino, André Luiz Santos Rosa, estão presos.

“Ela fala que foi em razão dele não ter feito as tarefas escolares. Ela não gostou e teria, então, dado chineladas e falou que deu um chute nessa criança de 7 anos”, disse a delegada Ana Carolina Pedrotti.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Davi tinha lesões recentes no corpo, principalmente nos braços e pernas. Uma radiografia feita no corpo apontou que houve fratura no fêmur esquerdo. Médicos constataram que a causa da morte foi uma laceração no intestino.

“Eu conversei com o legista e ele me falou que essa lesão causada no intestino, e essa no fêmur, são lesões que causariam uma dor absurda na criança. Então, não seria uma mera alegação que ele [Davi] estava com dor de barriga, que foi o que disse o pai”, contou a delegada.

Segundo testemunhas, Davi foi agredido na segunda-feira (14). No dia seguinte, passou o dia na cama e negou que queria ir até o hospital. Ele apenas foi levado até a unidade hospitalar na madrugada de quarta-feira (16), onde foi constatado pelos médicos que já chegou sem vida. O pai e a madrasta foram presos no mesmo dia. Em depoimento, André Luiz disse que não estava em casa no momento das agressões.

Davi foi enterrado na tarde de quinta-feira (17) em Silvanópolis (TO), cidade onde a mãe mora.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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