Depois de diversas ameaças, a Rússia invadiu a Ucrânia nesta quinta-feira (24), o que configura o mais grave conflito militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Na contrapartida, até o momento, pelo menos 58 soldados russos teriam sido mortos pela Ucrânia. Enquanto isso, milhares de ucranianos deixam suas casas à procura de abrigos longe dos ataques.
Este cenário tem consequências para muito além da região do conflito. O impacto é grande, sobretudo nas economias através do mundo. Veja como o Brasil sente o golpe provocada pela ‘parceira’ Rússia.
Petróleo e gás mais caros
O preço do barril de petróleo superou a barreira dos US$ 100 pela primeira vez em sete anos, nesta quinta-feira (24), depois que Vladimir Putin anunciou a operação militar para ”proteger a população do Donbass”. região Leste do país vizinho.
A Rússia é um dos grandes produtores de petróleo e um dos revendedores ao Brasil. O conflito militar afeta, portanto, o mercado do produto, elevando o preço do combustível por aqui. Além disso, sanções impostas pelos EUA e pela União Europeia também podem ajudar no aumento do preço da energia, direta e indiretamente.
Caso a guerra provoque uma interrupção do comércio euro-russo de combustíveis, os europeus terão que buscar outra forma de energia, em um mercado mundial que ficará mais apertado e caro.
Preço dos alimentos pode subir
A Ucrânia é responsável pela venda de 17% do milho no mercado mundial, um peso relevante, embora fique atrás de Brasil, EUA e Argentina. Ucrânia e Rússia exportam 30% do trigo comprado pelo resto do planeta.
Apesar disso, a mídia especializada em grãos está mais preocupada com a safra de soja e milho do Brasil e Argentina que podem ser prejudicadas por conta do mau tempo. A principal preocupação, no momento, é a alta do preço do trigo.
Queda do preço de ações e alta do dólar
As ações sempre são afetadas quando há uma crise de segurança global. Após o anúncio da invasão, ações globais e títulos do Tesouro americano despencaram, enquanto cotações do dólar, ouro e petróleo começam a disparar.
O dólar subiu mais de 0,5% em relação às cestas de moedas de seus principais parceiros comerciais. O euro, por sua vez, registrou queda de 0,8%. Já a moeda russa, o rublo, despencou quase 8% mesmo após pausa na comercialização. O banco central russo anunciou intervenção no mercado para conter a queda.
O movimento ainda contaminou os mercados de criptomoedas, fazendo a bitcoin cair abaixo dos US$ 35.000 pela primeira vez ao mês.
Energia e dólar em alta pressionam ainda mais a inflação
Mesmo o dólar fechando em R$ 5,03 nesta quarta-feira (23), as altas persistentes de petróleo e dos alimentos anulavam o possível alívio, impedindo que a inflação já alta brasileira, cedesse. Com o conflito, os impactos tendem a aumentar, já que produtos como o combustível devem sofrer alta.
A guerra na Ucrânia, portanto, influencia no preço do petróleo e também do gás natural, grãos e óleo de cozinha, encarecendo o preço dos alimentos no Brasil.