Trânsito e filas em caixas eletrônicos marcam fuga da Ucrânia

Horas após o presidente russo Vladimir Putin autorizar uma invasão na Ucrânia, milhares de moradores começaram a deixar a capital de Kiev. Congestionamento de carro foram registrados na manhã desta quinta-feira (24) em estradas, supermercados, postos de gasolina e também em caixas eletrônicos.

Durante a manhã, a população ouviu as primeiras sirenes de alerta que tocaram por vários minutos nos alto-falantes da capital. Essa foi a primeira vez, desde a Segunda Guerra Mundial, que explosões rasgaram o céu da capital ucraniana.

De acordo com cálculos da União Europeia, mais de um milhão de ucranianos podem deixar o país nos próximos dias. Polônia, Romênia e Hungria já anunciaram planos para receber os ucranianos de maneira emergencial.

A fronteira que mais registrou entrada de ucranianos, foi a Romênia, onde há aproximadamente 250 carros.

Outra parte da população procura abrigo em estações de metrô. Nesta manhã, longas filas foram registradas em caixas eletrônicos, onde pessoas sacavam dinheiro.

Otan envia tropas para proteger aliados em fronteira com a Rússia e Ucrânia

Em comunicado, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou que está enviado ”forças aéreas e terrestres adicionais” para reforçar a segurança de países aliados. Líderes mundiais condenaram a atitude da Rússia em atacar à Ucrânia e prometeram sanções severas contra o país.

“Estamos enviando forças terrestres e aéreas defensivas adicionais para a parte leste da aliança, assim como ativos marítimos adicionais”, disseram embaixadores da Otan em um comunicado. “Elevamos a prontidão de nossas forças para responder a todas as contingências.”

Países como Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia – países mais próximos da Rússia e Ucrânia – solicitaram uma reunião de emergência da Otan e pediram o Artigo 4 do tratado que fundou a aliança, o que pode ocorrer quando “a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer uma das partes estiver ameaçada”.

Alguns dos 30 países que integram a Otan já enviaram armas e outros equipamentos à Ucrânia. Já aliança, como organização, não está fornecendo apoio militar a capital Kiev. Não há previsão de que a Otan ajude a Ucrânia com um apoio militar.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp