Governo lança carteira nacional de identidade; confira o que muda

Em uma cerimônia realizada nesta quarta-feira (23) em Brasília, o Governo Federal anunciou a nova carteira nacional de identidade, unificada em todo o país. A medida consta no decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), durante evento no Palácio do Planalto. O decreto entra em vigor em 1º de Março deste ano.

O objetivo da alteração no documento é unificar a carteira de identidade em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, permitindo também o uso dela fora do país.

Confira o que muda:

Número de registro único

O novo RG usará o número do Cadastro Nacional de Pessoa Física (CPF) como identificação única dos cidadãos. Assim, a identificação será a mesma em todo o país.

Caso a pessoa que solicite a identidade não tenha ainda o CPF, o órgão de identificação local irá, de imediato, realizar a inscrição, seguindo as regras estabelecidas pela Receita Federal.

Atualmente, caso o cidadão precisasse fazer uma nova emissão do documento em outro estado, ele receberá um novo número de registro. No antigo modelo, era possível ter até 27 números diferentes de RG.

Documento digital

O documento também terá a versão física e virtual, além de permitir a validação eletrônica de sua autenticidade por QR Code, inclusive sem internet.

Documento internacional

A carteira de identidade nacional também terá o padrão internacional, permitindo ao viajante que a utilize fora do país. O documento contará com o código MRZ (Machine Readable Zone), o mesmo emitido em passaportes.

Como será feita a emissão?

Os documentos continuarão a serem emitidos pelos orgãos estaduais, como secretarias de Segura Pública, mas terão o mesmo formato e padrão de emissão.

Ao receber o pedido do cidadão, os órgãos, estaduais de registro civil validarão a identificação pela plataforma do governo federal, o Gov.br. Além do documento emitido no papel, os cidadãos poderão acessar a nova identidade no formato digital.

Por quanto tempo o documento valerá?

Quanto estiver disponível, o novo RG, terá validade de dez anos. Os documentos atuais de cidadãos com idade até 60 anos serão aceitos por até dez anos. Para maiores de 60 anos, o RG continuará valendo por tempo indeterminado.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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