Itália desmantela esquema ilegal de cidadania a brasileiros

A Guarda de Finanças (GdF) de Lodi, na Itália, realizou uma operação nesta quinta-feira (27) para desmantelar um esquema ilegal de cidadania que teria beneficiado cerca de 500 brasileiros no ano passado.

Ao todo, foram presos cinco acusados de usar documentos falsos para legalizar a situação dos estrangeiros em uma ação batizada como “Carioca”.

Foram levados para a prisão o “vigile” (“fiscal municipal”) e comandante da polícia de Ospedaletti Lodigiano, Mariano Pozzoli, 64 anos, e um oficial de Estado da mesma comuna, identificado como A.C., 42. Também foi para um presídio um empresário brasileiro, dono de uma agência com sede em Monza, identificado como W.G., 38 anos.

A operação colocou ainda sob o regime de prisão domiciliar a esposa do empresário, identificada como B.M., 44, também brasileira, e o dono de uma empresa de aluguel de carros de Verona, identificado como F.I., 57.

De acordo com a nota oficial da GdF, “as investigações permitiram revelar um sistema de corrupção de funcionários públicos que sob pagamento permitiam que sujeitos provenientes do Brasil tivessem residência na Itália e, em particular, na comuna lodigiana”.

Segundo as autoridades, os dois funcionários públicos “declaravam falsamente em atas a presença de brasileiros” que não estavam na Itália e visitavam um “lugar preventivamente acordado” com os empresários.

“A residência era atestada em casas disponibilizadas – direta ou indiretamente – pelos mesmos sujeitos investigados”, informa ainda a GdF.

A investigação revelou que os clientes brasileiros pagavam quantias entre 3,5 mil euros e 5 mil euros para levar a “prática” adiante e, desse valor, cerca de 1.250 euros “iam para os bolsos dos oficiais”.

Ao todo, os agentes apreenderam cerca de 900 mil euros que estavam escondidos nas casas dos suspeitos.

Essa não é a primeira vez que as autoridades desmantelam um sistema irregular de cidadania para brasileiros. Em maio deste ano, os policiais de Augusta, em Siracusa, prenderam outras sete pessoas acusadas de favorecer ilegalmente cerca de 500 brasileiros.

As informações são da Agência ANSA

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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