Empresários e produtores rurais goianos já foram contemplados pelo FCO com R$ 296,9 milhões

Na primeira reunião do ano do Conselho de Desenvolvimento do Estado (CDE|FCO) para análise e aprovação de cartas-consultas do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), foram aprovados R$ 205,9 milhões para financiar 146 projetos empresariais e de produtores rurais, que devem gerar 439 novos empregos. Outros R$ 91 milhões já haviam sido deferidos, com previsão de 271 postos de trabalho, Ad Referendum, quando as propostas são aceitas pelo presidente do CDE sem necessidade de deliberação.

A categoria do campo foi beneficiada com 120 financiamentos, na ordem de R$ 121,4 milhões, destinados a 75 pequenos produtores: 60 pequenos-médios; e 15 ruralistas de médio porte. A expectativa é de que novos 205 postos sejam criados com o auxílio financeiro. Para o programa empresarial, foram aprovadas 26 financiamentos, na ordem de R$84,4 milhões, sendo 16 cartas consultas para empresários de pequeno porte, seis para os de pequeno-médio; três para médio; e apenas um para o médio-grande porte. Os financiamentos aprovados irão favorecer a criação de 234 novas vagas de trabalho.

Titular da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços, Joel Sant’Anna, reforçou a importância socioeconômica do FCO para Goiás.

“O FCO é uma ferramenta fundamental para alavancar a economia de Goiás. Iniciamos 2022 com o mesmo objetivo dos últimos anos: mais pulverização, apoio às pequenas empresas e produtores rurais, distribuição que alavanque a geração de emprego e renda para todos os municípios”, projetou como ações do CDE/FCO para o ano.

Dentre os empreendimentos contemplados, está a Cooperativa Mista Agroindustrial de Palminópolis (Coomap), que recebeu R$35,5 milhões para financiar a construção de armazém de grãos para produção e comercialização, principalmente, da soja. A empresa está no ramo leiteiro; de nutrição animal; venda agropecuária; supermercadista; de postos de combustíveis; serviço de transporte e aluguel; e assistência, sendo 1.520 cooperados e mais de 196 empregados diretos. Com a concretização do projeto financiado, outras 19 vagas de trabalho devem ser criadas.

Durante a reunião, também foi aprovado o aumento de 100% do teto de financiamento de projetos para capital do giro. Com a nova resolução, os investidores podem solicitar até R$ 2 milhões para amparo inicial – antes, o teto era de R$ 1 milhão. O presidente CDE/FCO, César Moura, estima que, para 2022, são esperados no mínimo, R$ 3,2 bilhões para Goiás do FCO, que podem chegar até 3,7 bilhões.

Financiamentos Ad Referendum

Apesar de ser a primeira reunião do ano, outras 82 cartas já foram aprovadas Ad Referendum, na ordem de R$ 91,05 milhões, com previsão de criação de 271 empregos. Na primeira aprovação Ad Referendum, 41 cartas-consultas foram aprovadas no montante de R$ 43,08 milhões, para cinco empresas e 36 produtores rurais, com expectativa de gerar 161 postos de trabalho.

Já na segunda aprovação, outros 41 financiamentos foram aprovados, sendo oito para o programa empresarial e 33 para ruralistas, no total de R$ 47,97 milhões, que devem gerar 110 vagas.

 

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Agrodefesa apreende 10 mil embalagens de agrotóxicos armazenadas de forma irregular

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em parceria com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), deflagrou, na última terça-feira, 17, em Trindade e Paraúna (GO), a Operação Terra Limpa.

A ação resultou na apreensão de mais de 10 mil embalagens vazias de agrotóxicos que estavam armazenadas de forma irregular, em desacordo com legislações ambiental e de defesa agropecuária vigentes.

As embalagens foram encontradas em diferentes estados de processamento — algumas prensadas, outras trituradas —, e estavam em condições inadequadas de armazenamento. Também foi descoberto um caminhão carregado com embalagens vazias.

Os profissionais envolvidos na operação identificaram que os materiais eram triturados para reciclagem, porém a destinação final das embalagens não cumpria as normas legais de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos.

Os materiais apreendidos – que totalizaram seis caminhões com produtos – foram enviados para a Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários (Agerpa), localizada em Goiânia, e para a Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv) para pesagem e destinação final.

Essas associações são unidades que representam os estabelecimentos comerciais de insumos agrícolas, autorizadas a recepcionar e dar a correta destinação final das embalagens vazias – que passam por tríplice lavagem pelos produtores -, ou ainda daquelas que podem conter resíduos de agrotóxicos.

Segundo a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, os fiscais estaduais agropecuários e os agentes da Polícia Civil apuraram ainda que a intenção do proprietário do estabelecimento era desviar as embalagens para recicladoras clandestinas.

“É importante destacar que o processo legal de reciclagem de embalagens vazias de agrotóxicos é de competência do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). A instituição é responsável pela gestão da política reversa das embalagens vazias de agrotóxicos e nós, da Agrodefesa, estamos inseridos nesse processo como responsáveis por orientar os produtores e fiscalizar o cumprimento da obrigatoriedade legal do correto armazenamento e devolução das embalagens vazias”, informa.

Penalidade

Além da apreensão do material, o responsável pelo estabelecimento foi detido pela Polícia Civil e autuado pelos fiscais da Agrodefesa. De acordo a com legislação federal e estadual de agrotóxicos, a previsão é que esse tipo de infração tenha penalidades administrativa e criminal, com multas que podem chegar a R$ 50 mil, além de pena de reclusão, de dois a quatro anos.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que esse tipo de prática de descarte e armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos vazias, além de ser crime, coloca em risco o meio ambiente, a saúde pública e a economia no Estado.

“Pode trazer sérios danos para a população e afetar toda uma cadeia produtiva. Por isso, casos como esses devem ser denunciados aos órgãos competentes para que as medidas de prevenção e repressão sejam tomadas o mais rápido possível”.

Denúncia

A operação foi realizada a partir do trabalho inicial de apuração feito em Paraúna (GO) por fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. No município, os profissionais identificaram desvios, processamento e envio de embalagens de agrotóxicos para Trindade.

O coordenador da UR Rio Verdão, Giovani Miranda, destaca que a partir disso foi possível a identificação dos receptadores e a localização do galpão em que o processamento clandestino das embalagens acontecia.

“Essas medidas possibilitaram à Delegacia de Crimes Rurais a apreensão de outras quatro cargas nesse mesmo depósito”, informa.

Participaram da ação fiscais estaduais agropecuários das Unidades Rio dos Bois e Rio Verdão, e da Gerência de Fiscalização Agropecuária, sob coordenação da Gerência de Sanidade Vegetal, além de agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR).

Destinação correta de embalagens de agrotóxicos

Em Goiás, são 13 associações credenciadas pelo inpEV, que juntas são responsáveis pela gestão em 27 Unidades de Recolhimento de Embalagens Vazias (UREV), devidamente cadastradas na Agrodefesa, sendo 17 Postos e 10 Centrais, localizadas nos seguintes municípios:

Acreúna, Anápolis, Bom Jesus, Catalão, Ceres, Cristalina, Formosa, Goianésia, Goiânia, Iporá, Itaberaí, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Mineiros, Morrinhos, Paraúna, Piracanjuba, Porangatu, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Vianópolis e Vicentinópolis.

Os empresários que utilizam agrotóxicos, ao concluírem a aplicação, devem realizar a tríplice lavagem, armazenamento adequado e a devolução das embalagens vazias, suas tampas e eventuais resíduos pós-consumo dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou da data de vencimento.

A devolução pode ainda ser intermediada por postos ou centrais de recebimento, bem como por ações de recebimento itinerantes, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente, nesse caso em Goiás, pela Agrodefesa, com a gestão sob responsabilidade do inpEV junto às suas associações de revendas credenciadas.

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