Rússia recomenda a suspensão das exportações de fertilizantes após sanções

O governo russo recomendou que exportadores do país suspendam temporariamente o Às embarques de fertilizantes até que os serviços de transporte interno e externo sejam normalizados e que as transportadoras forneçam garantias de que os trajetos serão concluídos.

A recomendação foi feita nesta sexta-feira, 4, pelo Ministério da Indústria e Comércio do país, segundo informações da agência estatal de notícias Tass. “Está surgindo uma situação em que, devido à sabotagem das entregas por parte de várias empresas de logística estrangeiras, os agricultores da Europa e de outros países não podem receber os volumes contratados de fertilizantes”, afirmou o ministério.

A orientação aos exportadores ocorre em meio à guerra da Rússia com a Ucrânia e com a ausência de transportadores marítimos da região por receio de sequestro de navios ou de que as embarcações sejam atingidas por mísseis.

Várias empresas globais de navegação suspenderam temporariamente as operações envolvendo portos russos, incluindo as transportadoras de contêineres Moller-Maersk e Mediterranean Shipping.

O diretor de Fertilizantes da consultoria StoneX, Marcelo Mello, diz que a recomendação do governo russo a exportadores locais confirma o efeito das sanções impostas ao país.

“Na prática, a recomendação confirma o que se esperava: que o fluxo de exportações russas fosse ficar interrompido. Eles alegam que é um problema de logística, mas o que está por trás da questão do transporte são as sanções”, disse Mello, ao Estadão/Broadcast Agro.

O governo brasileiro reconhece as dificuldades de importar fertilizantes da Rússia em meio à guerra na Ucrânia. Ontem, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, descartou totalmente a possibilidade da importação de fertilizantes russos durante o conflito e reconheceu o impacto do conflito na Europa nos preços dos alimentos.

“Temos suspensão desse comércio porque não temos como pagar esses produtos, nem navios para carregar. Enquanto houver guerra, é totalmente descartada a possibilidade de receber fertilizantes”, afirmou Tereza Cristina, nesta quinta-feira, 3, durante transmissão ao vivo nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao lado dele, a ministra disse, ainda, que o Irã vai substituir o abastecimento de uréia que viria da Rússia.

A Rússia é um dos maiores produtores de fertilizantes. É o segundo maior exportador mundial de nitrogenados e terceiro maior exportador global de fosfatados e potássicos, contribuindo com 16% dos adubos exportados no mundo. Os russos são os principais fornecedores de adubo ao Brasil, com cerca de 20% do volume internalizado anualmente. (Por Isadora Duarte; colaboraram Eduardo Gayer e Sandra Manfrini, com agência internacionais)

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Policial Militar é indiciado por homicídio doloso após atirar em estudante de medicina

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que as câmeras corporais registraram a ocorrência. O autor do disparo e o segundo policial militar que participou da abordagem prestaram depoimento e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações. A investigação abrange toda a conduta dos agentes envolvidos, e as imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
O governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, lamentou a morte de Marco Aurélio por meio de rede social. “Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância. A Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, e a polícia mais preparada do país, e está nas ruas para proteger. Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos,” disse o governador.
 
O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, avalia que há um retrocesso em todas as áreas da segurança pública no estado. Segundo ele, discursos de autoridades que validam uma polícia mais letal, o enfraquecimento dos organismos de controle interno da tropa e a descaracterização da política de câmeras corporais são alguns dos elementos que impactam negativamente a segurança no estado. O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço aumentou 84,3% este ano, de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, subindo de 313 para 577 vítimas fatais, segundo dados divulgados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) até 17 de novembro.
 
O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do MPSP faz o controle externo da atividade policial e divulga dados decorrentes de intervenção policial. As informações são repassadas diretamente pelas polícias civil e militar à promotoria, conforme determinações legais e resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

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