Caso Mirella: pai da bebê encontrada morta ainda aguarda novidades sobre o crime

Diego Henrique das Neves, que trabalha com rodeios, adiou pela segunda vez os planos de morar em Pirenópolis, a 128 km de Goiânia, com um companheiro de trabalho para acompanhar a investigação da morte da única filha, Mirella Fernanda Pereira, de 1 ano e 3 meses, ocorrida no dia 14 de fevereiro, em Penápolis, interior de São Paulo.

O caso, que chocou todo o país, é investigado pela Delegada Thaísa Borges, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da cidade paulista. Isso porque a bebê, levada na manhã do dia 14 para o pronto-socorro da cidade, estava em rigidez cadavérica e apresentava marcas roxas pelo corpo e lacerações no ânus, típicas de violência sexual. O laudo pericial foi encaminhado ao Instituto Médico de Araçatuba e deve ser concluído em 30 dias.

“Até lá não temos respostas sobre o que minha filha passou. Sei que nas chamadas de vídeos em que eu falava com ela com frequência, dava para ver sinais arroxeados na pele. A mãe dizia que era anemia. Avisei ao Conselho Tutelar e ia pegar a guarda dela, mas minha filha foi morta antes”, reforçou Diego Henrique em conversa com o Diário do Estado no final da tarde desta sexta-feira, 4.

Para a Polícia Civil de São Paulo, a mãe da bebê, Rafaely Souza, de 21 anos, e o padrasto da criança, Cristian Gomes, de 26, contaram que colocaram Mirella Fernanda para dormir na noite anterior e só notaram que ela estava morta na manhã seguinte, negando qualquer agressão contra a vítima. Por causa de ameaças, o casal deixou Penápolis e acabou se entregando na Delegacia de Araçatuba, no sábado, dia 19.

“Os dois estão presos porque já havia sido decretada a prisão deles por 30 dias. A Rafaely está em Nhandeara e o Cristian em Pereira Barreto”, contou o peão, pai da menina. Para ele, o que mais o angustia é saber que nunca mais vai ver a filha. “No começo do ano eu ia me mudar de Lins para Pirenópolis, em Goiás, mas decidi ficar para acompanhar o crescimento da minha filha mais de perto. Agora, com ela morta, vou ficar aqui para acompanhar as investigações e lutar por Justiça”.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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