Reunião entre ministros da Rússia e Ucrânia termina sem acordo para cessar-fogo

A reunião entre os ministros das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e da Rússia, Sergei Lavrov, nesta quinta-feira (10) na Turquia terminou sem nenhum acordo sobre cessar-fogo. Os chanceleres também não chegaram a um consenso sobre um corredor humanitário para evacuação de civis na cidade de Mariupol, cercada há mais de uma semana por tropas russas.

Em pronunciamento, Kuleba contou que ministro russo não negou a possibilidade de cessar-fogo. De acordo com o ucraniano, Lavrov afirmou que irá conversas internamente sobre possível cessar-fogo no país.

“Infelizmente o ministro Lavrov não se comprometeu com corredor humanitário em Mariupol. Não houve avanço em negociações sobre um cessar-fogo de 24 horas. Não fizemos progresso porque parece que há outros tomadores de decisões do lado russo nesse ponto”, disse Kuleba.

O ministro ucraniano ainda afirmou que não foi fácil ouvir Lavrov durante a reunião, e que a Ucrânia não vai se render, e que a lista de demandas do russo é, na prática, uma exigência de rendição. Para ele, a narrativa do russo seguirá com agressões até que a Ucrânia atenda essas demandas.

O encontro foi intermediado pelo ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, e marcada para concorrer no país por conta da boa relação tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. Até então, as negociações entre os integrantes vinha acontecendo em Belarus, considerado um aliado da Rússia.

Presidente ucraniano pretende reconhecer península

A guerra parece está entrando em seus últimos dias após uma sinalização dos dois lados que indicam um possível acordo. Em entrevista a ABC, na terça-feira (8), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que está aberto a conversas e sinalizou uma possível discussão para o reconhecimento da península da Crimeia e dos territórios separatistas do Donestsk e Lugansk.

Por sua vez, a Rússia disse ontem que não tem intenção de derrubar o governo da Ucrânia. O posicionamento foi feito durante o pronunciamento da porta-voz do Ministério da Defesa russo, Maria Zakahrova.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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