Pastor golpista de Goianésia tem dívida de R$ 2 milhões com a União

Acusado de aplicar golpes milionários contra fiéis em diversos estados, o pastor Osório José Lopes Júnior tem uma dívida ativa de R$ 2 milhões com a União.

De acordo com o site Metrópoles, o religioso tem quatro débitos tributários vinculados ao CPF, nos valores de R$ 1.306.155,16; R$ 398.640,42; R$ 304.235,28; e R$ 15.037,68; que chegam ao total de R$ 2.024.068,54. No entanto, não foi possível identificar a origem dos débitos.

O pastor de Goianésia foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por estelionato. Ele também é réu em Goiás pelo mesmo crime. Investigações mostram que cobrava valores as vítimas e prometiam rendimentos bilionários.

Acusação de estelionato

Osório é conhecido na internet por seus vídeos onde utiliza a palavras de fé para atrair vítimas. O pastor, que é cego, tem quase 100 mil inscritos em seu canal do Youtube e, mesmo após acusações, continua a publicar vídeos onde se defende e conta sobre o ”investimento”.

Ele teria chamado a atenção de fiéis após criar um título bilionário chamado por ele de Letra do Tesouro Mundial. Supostamente lastreados em ouro, vítimas chegaram a desembolsar fortunas para ajudar o religioso.

O pastor dizia que os títulos contariam com autorização do governo federal, por meio do ministro da Economia, Paulo Guedes, para que fossem pagos. Na tentativa de conseguir credibilidade, o líder religioso usava o nome de ministérios e logomarca de entidades financeiras, como Banco do Brasil, em uma plataforma usada para o investimento.

Osório tem uma vida luxuosa bancada pelos golpes há pelo menos 9 anos. Ele prometia as vítimas um retorno financeiro de até 100 vezes maior que o valor desembolsados por elas, que chegaram a vender residências para investir. Em sua maioria, os compradores são fiéis de igrejas evangélicas, além de parentes e amigos próximos ao pastor. No grupo criado por ele no Telegram, há cerca de 8 mil ”clientes”.

O pastor já foi preso em 2018 pelo mesmo crime, mas agora segue em liberdade. Em seus vídeos, ele dize que não tem vergonha dos crimes que cometeu.

“Não tenho vergonha de dizer que lá atrás eu fiz coisas erradas. Erradas porque não tive orientação jurídica. Estamos entrando com recursos para provar que somos inocentes. Eu nunca neguei que tenho as minhas dívidas. E tenho os meus combinados, que não foram ainda cumpridos.”

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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