INSS: quem não acessa o aplicativo pode ter atendimento presencial

O atendimento presencial nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), está sendo retomado de forma gradativa neste mês de março. A notícia foi motivo de alívio e esperança para aquelas pessoas que não sabem utilizar o aplicativo ‘Meu INSS e estavam com algum benefício suspenso.

Neste primeiro momento, o atendimento continua ocorrendo por meio de agendamento, via aplicativo e plataformas digitais. Apenas a partir do dia 1ºde abril, os agendamentos poderão ser realizados de forma presencial.

“Todos os serviços que o INSS vem disponibilizando através dos aplicativos, agora podem ser feitos de forma presencial, mediante agendamento. E a partir do dia 1º de abril, o INSS também retoma aqueles sem a necessidade de agendar. Esse atendimento será para aqueles assegurados que não têm acesso ao portal Meu INSS, para estar buscando requerimento mediante a necessidade”, explicou o gerente-executivo do INSS em Goiânia, Wirley Castro Vargas.

O gestor ressalta que apesar da suspensão dos trabalhos presenciais, o INSS continuou trabalhando a favor dos segurados. Portanto, a retomada do presencial não representa um aumento nas demandas de atendimento.

“O INSS não parou. A gente retoma esse atendimento presencial com o intuito de estar assistindo essas pessoas que realmente tem dificuldades, e não tem condições de fazer esse serviço via aplicativo. Não existe uma lista virtual de espera, o que existe é essa demora no processo em virtude da quantidade de servidores que se aposentaram. Mas são processos que já foram requeridos e o INSS, só depende da análise de conclusão”, ressaltou o gerente.

Pandemia

No entanto, de acordo com gerente executivo, a pandemia elevou o número de atendimentos no instituto. E também os casos de associados incapacitados por consequência da Covid-19.

“Esse período de pandemia, tivemos sim uma grande quantidade de pessoas que buscaram o serviço previdenciário após ter adquirido esse vírus. Isso impactou os nossos atendimentos, e elevou a quantidade associados que veio ao INSS por conta da incapacidade gerada pela Covid-19”, afirmou Wirley Castro Vargas.

Dificuldade em agendar Perícia Médica

Com a alta demanda, alguns beneficiários relataram dificuldades para conseguir o agendamento da perícia médica no instituto. A ex-cabeleleira, Juliane Lacerda Lima Soares, de 37 anos, ficou com o auxílio saúde cortado por cinco meses. Debilitada, ela só conseguiu agendar uma perícia para a última segunda-feira (14). Agora que conseguiu, precisa esperar mais 30 dias para receber o benefício.

Juliane Lacerda Lima Soares – Cabeleleira que pulou de prédio para não ser estuprada.

“Quando cortaram, pediram para eu voltar e fazer outra perícia com eles. Aí foi marcada para o dia 14 de janeiro, só que no dia eu estava doente, peguei até atestado. Aí me remarcaram para o dia 9 de fevereiro, quando eu cheguei lá e eles estavam de greve. Remarcaram de novo para o dia 14 de março. Aí deu certo”, contou Juliane.

A ex-cabeleleira conta com ajuda de uma cuidadora para conseguir realizar atividades do dia a dia, além da família para manter financeiramente ela e o filho. Com o benefício negado, a família dela precisou arcar com todas as despesas.

“Hoje depois de tudo que aconteceu comigo, minha família faz tudo. Óbvio que esse dinheiro iria para os meus remédios, mas a minha família supriu tudo. Depois do que aconteceu uma cuidadora veio morar comigo, ela fica aqui 30 dias, aí vai embora. Minha mãe fica mais 15 dias e ela (cuidadora) volta. Eu hoje dependo de outra pessoa para fazer praticamente de tudo em casa”, explicou Juliane.

Demora

De acordo com Vargas, a responsabilidade do exame médico pericial não está a cargo do INSS e, sim da Perícia Médica Federal, portanto, o tempo de espera pelo atendimento pode variar de entre 30 dias e três meses.

“A perícia médica hoje, está a cargo da Perícia Médica Federal, que é um órgão distinto do INSS e quando o assegurado perde essa perícia geralmente para que ele consiga uma nova vaga a média de tempo de espera é de 30 dias a 3 meses, dependendo da região do assegurado”, explicou o gestor.

Relembre o caso Juliane Soares

A cabeleleira Juliane, estava no salão dela com uma funcionária quando um homem entrou e usou uma faca ameaçar estupra-lás. Neste momento, ela pulou do 1º andar de um prédio para pedir ajuda. O caso ocorreu no dia 29 de janeiro de 2021, no Parque Oeste Industrial, em Goiânia. A mulher perdeu o movimento da cintura para baixo.

Juliane Lacerda Lima Soares – Cabeleleira que pulou de prédio para não ser estuprada.

Juliane faz sessões de fisioterapia no Crer e com uma profissional particular praticamente todos os dias para recuperar o movimento das pernas e fortalecer a musculatura.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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