No mesmo dia em que a Petrobras anunciou o aumento do preços dos combustíveis, na quinta-feira (10), uma loja do setor Bela Vista, em Goiânia, comercializou 18 motos elétricas, segundo o próprio vendedor. Outra, no Setor Coimbra, percebe aumento nas vendas, não só pelo preço da gasolina e do álcool, mas pela preocupação ambiental e o custo benefício.
Steve Capano, que trabalha como WebMaster, chegou a Goiânia em 2012, vindo dos Estados Unidos. Em 2019, comprou a primeira moto elétrica, principalmente pela facilidade. “Fui quase o primeiro a ter uma em Goiânia, não se costumava vender antes. É prática, não tem IPVA e não precisa de CNH”, comenta.
Há duas semanas, Steve comprou uma segunda, como forma de presentear a si mesmo pelo aniversário. Optou por uma Chopper, com 2.000 watts de potência. Rindo, o estadunidense afirma que a moto está com “bandeira errada”, do Reino Unido, e que trocará em breve.
Como a moto elétrica funciona
O gerente de uma loja que vende motos, bicicletas e patinetes elétricos no setor Coimbra, Thiago Venturoli, explica que a autonomia da moto – quanto ela roda após cada recarga – depende do modelo.
“Aqui na loja, temos uma de 1.200 W, equivalente a uma Cinquentinha. Ela carrega a bateria em oito horas e tem autonomia de até 70 Km, em uma velocidade de 60 Km/h”, detalha.
Segundo o gerente, a moto custa em torno de R$ 10 mil e cada recarga impacta cerca de R$ 0,90 na conta de energia. Steve, o estadunidense que mora em Goiânia, conta que não sentiu aumento nenhum na fatura da luz depois de comprar a moto. Já a bateria costuma durar em torno de dois anos, mas este período depende do modelo e uso. Para trocar a bateria, hoje, o custo fica em torno de R$ 2 mil.
O vendedor e uma loja do setor Bela Vista, Gabriel Vasconcelos, conta que o perfil dos compradores é variado e que, para os modelos que necessitam, a moto já sai da loja com placa. “A maiorias compra para ir ao trabalho, para deixar o carro em casa e economizar”, explica. Nesta loja, é possível encontrar modelo de 2.000 W a partir de R$ 8,5 mil. Já as de 3.000 W custam a partir de R$ 13,8 mil.
Segundo os comerciantes, para pilotar uma moto elétrica não é exigida a CNH e sim a Autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC).
Entraves
Apesar das vantagens dos elétricos, o gerente da loja no setor Bela Vista afirma que eles precisam ser melhor viabilizados na rede urbana. “Às vezes, um senhor tem medo de andar na rua com uma bike elétrica, por exemplo, por conta do trânsito.
Steve, comenta que, apesar dos benefícios e de recomendar a moto elétrica, ela é feita para percorrer curtas distâncias. “Ela leva cinco hora para carregar e não tenho confiança de ir muito longe. Normalmente, no máximo 20 Km, mais que isso é perigoso”, conta.