Maia discutirá a partir da próxima semana reforma tributária com relator

Após comandar a sessão da Câmara que barrou na quarta-feira, 2, a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), o presidente da casa legislativa, Rodrigo Maia (DEM), disse nesta quinta-feira, 3, que volta a discutir na semana que vem a reforma tributária com o relator da matéria, o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). Ele também adiantou que a reforma política começará a ser tratada nas próximas duas semanas.

Antes de participar de evento promovido pelo Goldman Sachs na capital paulista, Maia afirmou em entrevista a jornalistas que será bom se a reforma tributária puder evoluir paralelamente à da Previdência. “O Brasil perde muito em produtividade e segurança jurídica porque tem um sistema tributário complexo e difícil, que gera custos absurdos”, frisou o deputado.

Na votação de quarta, o governo teve votos suficientes para derrubar a denúncia, mas Temer precisará ter apoio maior – de dois terços do Congresso – para aprovar propostas de emenda constitucional, casos da reforma da Previdência e tributária. Na entrevista, Maia cobrou do governo a reconstrução da base aliada para dar andamento à agenda reformista, na qual, segundo ele, o PSDB terá papel “decisivo”.

“É importante deixar a denúncia para trás e olhar para frente”, defendeu o presidente da Câmara. Ele lembrou que cinco deputados do DEM, seu partido, votaram a favor da investigação de Temer. Porém, considerou que eles não representam a posição majoritária da sigla e que será possível recuperar três ou quatro votos na votação das reformas.

Na palestra que fará no evento do Goldman Sachs, o presidente da Câmara adiantou que vai reafirmar aos investidores a importância da agenda de mudanças estruturais, da simplificação do sistema tributário e da reorganização do Estado. “O Brasil precisa reformar seu Estado, reduzir seus gastos e construir leis que fortaleçam a segurança jurídica.”

Maia informou ainda que conversou rapidamente com o presidente Temer após a votação da denúncia. Segundo relatou o deputado, Temer ligou para agradecer pela condução da sessão. “Disse que era meu papel”, afirmou o parlamentar, que não quis comentar as emendas liberadas pelo Planalto a deputados para garantir o arquivamento da denúncia por corrupção passiva.

As informações são do Estadão

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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