Mesmo com retomada de festas e comemorações, setor de eventos sofre em Goiânia

Dois anos após o início da pandemia, no cenário atual de flexibilização das medidas sanitárias, as empresas de festas e eventos buscam retomar o fôlego. No entanto, esbarram na falta de profissionais qualificados. A Associação Brasileira de Empresas de Eventos em Goiás (Abeoc Goiás) estima que até 60% dos trabalhadores saíram do ramo, por conta da pandemia e muitos não querem retornar.

Gracy Ramos é proprietário de uma rede que agrega três salões de festas, equipados com brinquedos. Nos pacotes da empresa, já estão incluídos a decoração e as comidas para aniversários infantis. A empresa existe há dez anos e emprega 16 pessoas, além das contratações freelancers.

“A gente escuta sobre essa falta de profissionais de maneira geral. Muitos garçons, por exemplo, seguiram para outro ramo. Aqui na empresa, o quadro de produção está completo. Fomos contratar pessoal de limpeza e me falaram que estava muito difícil, mas, na verdade, não consegui dar conta da quantidade de currículos. A dificuldade é maior mesmo em cargos que precisam de qualificação, como o de gerente de produção, que precisei contratar há pouco tempo”, explica.

Congressos costumam ser planejados com até dois anos de antecedência (Imagem: Arquivo Pessoal/Leonardo Mundim

A Abeoc Goiás representa empresas do ramo de eventos empresariais e científicos, como congressos. Segundo o presidente da entidade, Leonardo Mundim, antes da pandemia, o setor tendia a ter um intervalo de baixo movimento a partir de dezembro e retomava em março. Em 2020, justamente quando o mercado estava prestes a se aquecer, a pandemia surgiu.

“Em novembro do primeiro ano da pandemia, começamos a retomar, mas caímos de novo com as novas variantes. Entre setembro e dezembro de 2021, trabalhamos dois anos em três meses porque todo mundo queria voltar a fazer eventos. Mas, depois, surgiu a Ômicron. Agora, já estamos entrando, novamente, para um momento de levante. Só que, nesse meio tempo, a maioria das empresas teve que demitir, para cortar despesas, e as pessoas procuraram outros trabalhos porque tinham que comer”, explica.

Assim como nos buffets infantis, a dificuldade relatada por Leonardo é, principalmente, de achar profissionais com certa qualificação. Segundo ele, a Abeoc e organizações de hotéis planejam organizar cursos de capacitação, diante da falta de profissionais no mercado. “É difícil trazer quem já trabalhou com eventos de volta para o ramo porque é uma área com trabalho pesado. Às vezes, trabalhamos até tarde e começamos bem cedo. Então, se a pessoa encontra um emprego para ficar de 8h às 18h, vai preferir”, comenta o presidente da Abeoc Goiás.

Hoje, o momento parece ser de menos insegurança para o setor. Apesar da dificuldade com aumento dos preços, como de alimentos e aluguel, a proprietário do buffet infantil percebe a retomada do mercado. “Estamos cumprindo as festas que vendemos há muito tempo e vendendo eventos novos também. Antes, as pessoas reservavam as datas com muita antecedência. Agora, marcam pouco tempo antes, com medo de tudo fechar de novo. Muitos buffets fecharam as portas porque não compensa continuar. Mas como que a gente desiste? Tem o investimento todo em brinquedos e temos uma história”, comenta.

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Procon Goiás interdita quiosque no Aeroporto de Goiânia

Fiscais do Procon Goiás interditaram, nesta quinta-feira, 02, um quiosque localizado no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, por práticas abusivas.

A ação ocorreu devido a denúncias recebidas de que vendedores desta empresa abordavam os passageiros oferecendo “pacotes de benefícios”. Eles fechavam contrato de adesão sem consentimento do consumidor.

Em 2024, o Procon Goiás recebeu cerca de 50 reclamações contra a empresa. No site Reclame Aqui também há uma série de reclamações contra ela.

Consumidores relatam que eram abordados próximos a escada rolante do aeroporto, alguns inclusive com horário já perto ao de embarcar, por pessoas oferecendo benefícios como descontos em assinaturas de TV, revistas e passagens aéreas, entre outros. Se o passageiro se negava a aceitar, os funcionários da empresa continuavam insistindo, afirmando que era uma “oportunidade única”.

Por esse serviço, seria cobrado um valor médio de R$ 1200 e ainda davam a possibilidade de parcelamento em cartão de crédito. Uma consumidora idosa relata que uma das pessoas que estava nesse quiosque chegou a pedir o cartão dela, olhou o número de segurança na intenção de fechar o contrato. A ação foi impedida pelo filho da idosa que desconfiou do suposto golpe.

Cuidados

O superintendente do Procon Goiás, Marco Palmerston, alerta que é preciso atenção dos que transitam pelo aeroporto.

 “Muitas vezes, esses vendedores se valem da pressa dos passageiros, da vulnerabilidade de idosos, falam muitas coisas ao mesmo tempo, causando confusão no raciocínio da pessoa e acabam vencendo pelo cansaço. O consumidor tem que estar atento, negar essa contratação e não entregar nenhum tipo de documento ou cartão sem saber, de fato, do que se trata o serviço”, afirma.

Interdição

A empresa já havia sido notificada pelo Procon Goiás no final do mês de outubro de 2024, mas não apresentou documentações consideradas suficientes aos questionamentos do órgão.

Nessa nova fiscalização, a empresa foi interditada e teve suas atividades suspensas por não ter um contrato de adesão com cláusulas claras e não passar informações adequadas aos consumidores. Além de utilizar publicidade enganosa e de captar os clientes de forma abusiva.

Até que faça todas as adequações necessárias, a empresa está proibida de fazer qualquer tipo de comércio, inclusive de maneira eletrônica.

O consumidor que se sentir lesado, pode fazer reclamações ou denúncias no Procon Goiás pelos telefones 151 (Goiânia) ou (62) 3201-7124 (cidades do interior). O registro pode ser feito ainda pela plataforma Procon Web.

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