Chamando o valor usado na compra de Neymar de “loucura”, o sindicato internacional de jogadores pediu que a transferência do brasileiro para o Paris Saint-Germain seja alvo de uma investigação e que a União Europeia assuma a função de fiscalizar a forma pela qual mais de 220 milhões de euros foram pagos pelo clube francês ao Barcelona.
O pedido oficial veio da FiFPro, que representa em nível internacional os jogadores e que tem alertado nos últimos anos para o abismo entre uma elite do futebol e a grande maioria dos atletas. Na avaliação da entidade, o volume de recursos implicados na transferência mais cara da história do futebol terá um sério impacto na competitividade da modalidade.
“Estamos pedindo que a Comissão Europeia investigue o fluxo de dinheiro dentro dos territórios da União Europeia para entender seu impacto no equilíbrio competitivo na região”, afirmou a entidade. “A transferência recorde do brasileiro Neymar é o mais recente exemplo de como o futebol é um domínio cada vez maior de um grupo seleto de ricos, em grande parte de clubes europeus.”
Por isso, a entidade pediu que a Comissão Europeia abra uma investigação sobre as regras de transferência e disse que elas agora precisariam passar por uma “revisão urgente”. Na avaliação da FIFPro, um equilíbrio no sistema é a melhor forma de proteger o direito dos jogadores e garantir que o interesse do futebol seja preservado.
“A FIFPro argumenta que um mercado inflacionado e distorcido, com taxas cada vez maiores de transferência, ajuda a destruir o equilíbrio competitivo”, alegou. “As regras da Fifa não são competitivas, são injustas e ilegais”, atacou.
“A enorme riqueza do futebol está presa dentro de poucos campeonatos e clubes, quando poderia ser redistribuída de maneira mais eficiente e justa para ajudar a proteger a competitividade, que é um dos objetivos principais do sistema de transferências”, alertou seu secretário-geral, Theo van Seggelen.
Recusando qualquer insinuação de irregularidade, o presidente do time francês, Nasser Al-Khelaifi, disse ironicamente que aqueles que tenham dúvidas sobre a transferência “podem ir tomar um café”.
As informações são do Jornal Estadão