Bíblia com foto do ministro da Educação e pastores foi distribuída em evento do MEC

Exemplares de uma edição da bíblia com fotografias do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura foram distribuídos durante um evento organizado pelo MEC em Salinápolis (PA). O evento, que reuniu prefeitos e secretários municipais, teve a presença do próprio titular da pasta e pastores.

A informação foi revelada pelo Estadão, que destacou a impressa como ”patrocínio” do prefeito de Salinópoliis, Carlos Alberto de Sena Filho, o Kaká Sena, do PL, que também teve a imagem estampada na contracapa e a folha de rosto.

O ministro Milton Ribeiro aparece junto aos pastores e o prefeito na bíblia impressa. Foto: Estadão

As tiragens de mil bíblias teriam custado R$ 70 por pessoa que participou do evento. A edição foi feita pela Igreja Ministério Cristo para Todos, um ramo da Assembleia de Deus, que tem uma gráfica em Goiânia. O pastor que comanda a igreja, Gilmar Santos, teve a presença anunciada no encontro como ”autoridade” e sentou ao lado de Milton Ribeiro e do presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Ponte.

Fotografias oficiais do MEC e vídeos feitos pela prefeitura de Salinópolis registraram os convidados com as bíblias ainda no plástico nas mãos e nos assentos vagos.

Após o encontro, o ministro Milton Ribeiro aprovou a construção de uma escola em Salinópolis. Ele firmou um termo de compromisso com a prefeitura no valor de R$ 5,8 milhões. Tanto o ministro quanto o prefeito não se pronunciaram sobre a distribuição das bíblias.

Caso parecido em Bonfinópolis

O prefeito de Bonfinópolis (GO), Professor Kelton (Cidadania), relatou ao Estadão um encontro, que aconteceu no início de 2021, com o pastor Arilton Moura. Ele teria pedido R$ 15 mil para custear despesas em Brasília e a compra de bíblias para liberar recursos do MEC.

”Se você quiser contribuir com a minha igreja, que eu estou construindo, faz uma oferta. Você vai comprar mil Bíblias, no valor de R$ 50, e vai distribuir essas Bíblias lá na sua cidade. Esse recurso eu quero usar para a construção da igreja”, disse o pastor. ”Fazendo isso, você vai me ajudar também a conseguir um recurso para você no ministério”. Kelton disse não aceitou a proposta.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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