Homem consegue reconhecer união estável homoafetiva após morte de companheiro no DF

Um casal homossexual conseguiu na justiça o reconhecimento de união instável post mortem, após o um dos homens escrever o desejo de realizar a ação em uma lousa antes de morrer. Os dois estavam juntos há 16 anos. Além de expressar a sua vontade enquanto estava internado, o homem também lavrou uma escritura declaratória de vínculo afetivo antes de sua morte em 2019.

A ação para reconhecer a união do casal foi proposta pelo companheiro do falecido em desfavor dos herdeiros e aceita pelo juiz substituto Jerônimo Grigoletto Goellner, da 1ª Vara de Família e de Órfãos e Sucessões de Águas Claras, no Distrito Federal (DF).

O magistrado esclareceu que o acervo probatório é firme a indicar que eles mantiveram uma relação afetiva entre dezembro de 2003 e agosto de 2019, ano em que o homem faleceu. Segundo os advogados goianos Gilmar Sandre Rezende Júnior e Larissa Lelis da Silva, o requerente conviveu maritalmente com o falecido até a data do óbito, no em 31 de agosto.

“Coabitavam no mesmo imóvel, sendo que a relação era de conhecimento da família e da sociedade. Salientaram, inclusive, que no seguro do carro do falecido consta como principal condutor seu companheiro, o que demonstra que eles eram um casal”, explicou a defesa do casal.

Internação

Ainda de acordo com o juiz, durante o período em que o falecido esteve no hospital, seu companheiro passou todas as noites ao seu lado. E, por vontade própria, antes do óbito, ele foi fotografado segurando um quadro onde escreveu que gostaria de oficializar a união estável, apontando a data em que o relacionamento foi iniciado.

“Ainda, embora as testemunhas arroladas pela parte requerida tenham alegado que o falecido não mantinha uma relação more uxorio com o autor, seja porque apenas tinham uma relação de amizade, seja porque o falecido se relacionada ‘concomitantemente’ com outras pessoas, é certo que o acervo probatório é firme a indicar que o demandante e o extinto mantiveram uma relação afetiva. Isso porque o próprio irmão do falecido afirmou judicialmente que o autor e o extinto mantiveram uma união estável, alegando, inclusive, que o falecido disse-lhe que, ao sair do hospital, iria fazer a união estável”,, concluiu o juiz.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos