Desde o início de 2016, com o lançamento do aplicativo Uber em Goiânia, a disputa entre a empresa e o Táxi foi acirrada, inclusive nos meios jurídicos. No Legislativo, taxistas brigam pela regularização dos transportes por aplicativos, enquanto boa parte da população defende que tais empresas mantenham o serviço como é praticado.
Diante da concorrência e da adesão do público à novidade, os taxistas se viram obrigados a inovar para não perder clientes, como explica o presidente do recém-criado Sindicato dos Permissionários de Táxi de Goiânia (Sinpertaxi), Hugo Nascimento. (veja a entrevista completa acima).
“O taxista melhorou seu atendimento. Ele está mais preocupado com o marketing pessoal, a higienização do seu veículo. O taxista sabe que existe concorrência. Se eu não vendo meu produto de uma forma série, atraente, vou perder meu cliente. De forma dolorosa, porque perdemos 70% da cartela de clientes, o atendimento foi melhorado”, afirmou.
Fim da bandeira 2?
Para atrair o consumidor, o sindicato tem proposto várias medidas à categoria dos taxistas. De acordo com Hugo Nascimento, a entidade sindical apoia a ideia de dar fim à tarifa da bandeira 2, que cobra valores 25% mais altos nos horários de pico e nos fins de semana.
“Estamos discutindo a retirada da bandeira 2. Temos feito uma análise, acompanhado a dinâmica do concorrente. Estamos estudando uma forma de convencer a categoria a adotar a melhoria, retirar a bandeira 2, fazer um marketing e mostrar para o usuário que ele não está pagando mais barato. Principalmente à noite e nos fins de semana, o táxi ficará mais barato que os aplicativos”, argumenta o presidente.
Nascimento, porém, alerta que a negociação não é fácil. “Estamos discutindo os preços, que é uma questão dificílima, pois o taxista é um trabalhador autônomo. Não podemos chegar e falar que vamos acabar com metade do faturamento dele”, explica.
Além de preços mais atrativos, o Sinpertaxi iniciou um projeto com universidades. A intenção, de acordo com o presidente, é adaptar o taxista às novas demandas do mercado de transporte.
“Estamos participando de um projeto que vai focar no transporte privado de pessoas. Queremos buscar parcerias, levar a discussão para o meio acadêmico. Vamos buscar a ciência. O desafio é reconstruir o serviço de táxi com essa nova realidade de mercado”, finalizou Nascimento.