Legista diz que idosa assassinada no Hugo não morreu por asfixia

Médico-legista disse que a idosa assassinada dentro do Hospital de Urgências Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), em Goiânia, não morreu por asfixia, nem por lesão externa. A informação foi passada pela Polícia Civil de Goiás (PC). Dona Neuza Cândida foi morta na tarde da última quinta-feira (7). O suspeito, um morador em situação de rua, foi preso em flagrante.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Rhaniel Almeida, o laudo pericial ainda não está pronto, a previsão é para a tarde desta segunda-feira (11).

“O médico legista nos informou que ela não morreu por asfixia. Não há indícios de que ele se debruçou sobre ela ou a esganou. O laudo em si, ainda não saiu. Geralmente demora, mas eles disseram que vão se antecipar, então ainda hoje deve sair”, explicou o delegado.

Ainda segundo o delegado, apesar dos laudos não apontarem lesões externas, o suspeito continua preso. Isso porque o simples fato dele “manusear de forma incorreta a idosa, que estava muito debilitada, pode ter causado seu óbito. Portanto, ainda se trata de um homicídio.”

O autor não possui relação com a vítima e em interrogatório negou ter tido intenção de matá-la.

Relembre o caso:

Neuza foi internada no Hugo após sofrer uma queda, enquanto estava sozinha em sua residência na capital. Na ocasião, ela foi submetida a cirurgias. Com o agravamento de seu estado de saúde, ela superou a UTI e um coma. Se recuperando bem, a idosa foi transferida para a enfermaria da unidade, mas respirava via traqueostomia.

Na tarde da última quinta-feira (7), um homem em situação de rua adentrou a unidade de saúde para tomar banho. De acordo com a Polícia Civil (PC), ao passar pelo do quarto, onde a vítima estava internada, ele alegou tê-la ouvido pedir por ajuda. Em seguida, entrou no quarto da idosa.

Em depoimento, ele disse que ao limpar a traqueostomia, buraco pelo qual a mulher respirava, ela mexeu a boca recusando. Portanto, resolveu higienizar a boca dela, mas fez a limpeza com o buraco da traqueostomia tampada com o dedo da outra mão. Com isso, a vítima parou de se mexer e respirar vindo a óbito.

Já testemunhas disseram que o suspeito teria entrado na enfermaria e sem motivo aparente cometeu o crime. Ele foi preso em flagrante homicídio qualificado por motivo fútil.

Dona Neusa foi enterrada neste sábado (9), no Cemitério São Miguel, em Anápolis.

Em nota, o Hugo lamentou o ocorrido.

NOTA HUGO

“No tocante aos acontecimentos veiculados em mídia relacionados ao último dia 07/04/2022, a Direção do HUGO informa que os fatos encontram-se em investigação pela Polícia Civil e Diretoria do Hospital.

A direção lamenta profundamente o ocorrido e está revisando integralmente os protocolos de segurança para evitar futuros episódios, ao tempo que presta total assistência à família.

Por fim, a Direção do HUGO reforça o seu comprometimento com o atendimento assistencial de excelência e com a máxima humanização.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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