Quedas de meteoros em Goiás; saiba mais sobre o assunto

Por volta das 21h do último sábado (8), moradores de Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia viram e filmaram um meteoro riscar o céu. Dias antes, na terça-feira (5), um observatório registrou outra queda, desta vez em Porto Alegre (RS). Em janeiro, viralizaram vídeos da população de Perdizes e cidades vizinhas, em Minas Gerais, que também mostravam a rajada de luz no céu. Apesar da quantidade de registros apenas em 2022, especialistas da área não acreditam que esteja aumentando a quantidade de meteoros caindo na Terra.

Segundo o professor de astronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Rafael Santucci, por enquanto, não existe nada de preocupante no número de meteoros. “Eu diria que não tem motivo nenhum para incidência maior desses fenômenos. Estamos vendo mais porque estamos observando mais o céu, melhorando nosso sistema de observação [na Ciência]. Além disso, às vezes, acontece de ser visto pela população, em uma região acima das cidades”, explica.

De acordo com o especialista, pelo rastro de luz que o meteoro visto em Goiás deixou, deve ter em torno de um metro de diâmetro, considerado pequeno para a astronomia. Objetos deste tamanho podem cair, por exemplo, a cada duas semanas.

“Vários são observados por ano. Muitos, podem cair no oceano, por exemplo, e nem são vistos. É aleatório, pode acontecer em um mesmo lugar duas vezes, no intervalo de uma semana, por coincidência. O local onde cai é simplesmente sorte”, afirma.

Outros menores, que têm as medidas de um grão de arroz, atravessam a atmosfera a todo tempo, de seis em seis minutos, em média, segundo o especialista.

Meteoros pequenos, como o que foi visto em Goiás, não são captados pelos equipamentos usados por astrônomos. Por isso não podem ser previstos e só são identificados quando, de fato, já estão em queda. “Como eles, normalmente, explodem na atmosfera, não tem muito histórico de problema. Nunca ouvi falar, por exemplo, de alguém que morreu por impacto de meteoro deste tamanho. Mas existem relatos de pessoas machucadas pelo impacto, porque é como se fosse uma bomba. Se alguém estiver perto de uma janela, o vidro pode quebrar”, explica o professor. O impacto é tanto, que goianos relataram ter sentido o chão tremer. De acordo com o especialista, esta sensação pode ser comparada com a de um trovão.

Já os meteoros maiores, com 50 ou 100 metros de diâmetro, por exemplo, são observados há muito tempo. “Alguns têm potencial de atingir a Terra, mas só daqui centenas de anos. A gente sabe que estes maiores, que teriam poder de extinguir a vida na Terra,k não têm risco imediato”, afirma o especialista.

Confira vídeo do meteoro que caiu em Goiás:

 

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp