Há pouco mais de um ano, os bolsões para motos fazem parte do trânsito de Goiânia. O espaço exclusivo para os condutores sobre duas rodas nos semáforos foi implementado para tentar organizar a confusão entre os veículos e minimizar os riscos de acidentes. No entanto, ‘desrespeitar’ a faixa exclusiva não acarreta nenhuma punição aos motoristas, como multas. Entretanto, a proposta já é realidade em São Paulo há mais tempo onde apresenta bons resultados.
“É uma questão de civilidade. Não queremos trazer a situação para penalidade e sim promover boa conduta e respeito entre motociclistas e demais condutores. Não terá autuação para isso. O trabalho segue em caráter educativo. Não há especificidade de infração para o caso”, afirma o gerente de educação para o Trânsito da Secretaria Municipal de Mobilidade de Goiânia, Horácio Ferreira.
A ideia, que conta apenas com a etiqueta dos motoristas, promete favorecer também os pedestres. A disposição alinhada dos veículos parados melhora a visibilidade dos condutores e pode evitar atropelamentos. A previsão é que Goiânia receba 125 novas faixas exclusivas para motos, ao todo. A estratégia dos boxes promete ajudar a reduzir as vítimas de colisões de motos, principalmente porque a capital é líder nacional na quantidade desse tipo de veículo por habitante, com cerca de 18.4 veículos para cada 100 habitantes.
Os motociclistas brasileiros receberam quase 80% das indenizações pagas pelo DPVAT no primeiro semestre de 2020, de acordo com a Seguradora Líder. Os números assustadores estão muito relacionados ao fácil acesso da população mais pobre para fugir do transporte público e ao aumento de trabalhadores em serviços de entrega, uma opção de muitos para não ficarem desempregados ou para complementarem a renda mensal.