O aumento de roubos e furtos de celulares chama atenção para a necessidade de dificultar a vida dos criminosos. Estar preparado pode diminuir as chances de atuação da chamada quadrilha do PIX, especializada em aplicar golpes. Somente neste ano, Goiás registrou quatro casos de sequestro relâmpago nos quais as vítimas foram forçadas a realizarem transferências bancárias instantâneas.
A especialização dos bandidos eleva o risco de movimentações financeiras indevidas. Eles contam com a atuação de hackers que conseguem desbloquear os aparelhos para facilitar os golpes. Por isso, acionar o banco e solicitar o bloqueio de aplicativos e transferências é a primeira providência quando ocorre esse tipo de crime patrimonial.
O mestre em Ciências da Computação Daniel Gomes acredita que a melhor forma de evitar esse tipo de dor de cabeça seriam cuidados pessoais, como evitar a exposição do aparelho celular. Na prática, o mais eficaz seria a criação de uma contrassenha sincronizada com a conta do banco que pudesse gerar uma alerta para a polícia.
“Até o momento, isso não existe. O ideal é criar senhas de difícil acesso, não instalar aplicativos de fontes duvidosas e verificar os recursos que cada banco libera para o controle de acesso. Para compras pela internet, por exemplo, o ideal é ter um cartão virtual que pode ser facilmente bloqueado e desbloqueado pelo aplicativo somente no momento do uso”, explica.
A facilidade dos bandidos para destravar os celulares não parte de uma habilidade deles. Segundo Daniel, essas pessoas não costumam ter domínio de tecnologia, mas têm contato com pessoas que possuem acessos a sistemas de operadoras para poderem conseguir liberações de acessos entre outros.
O que fazer?
Caso seja alvo do crime, a vítima deve informar a ocorrência à operadora para requerer bloqueio de linha e de chip e também trocar as senhas de email por um computador ou outro celular. Enquanto isso, a orientação é procurar uma delegacia para registrar o fato.
“Em geral os celulares estão vinculados a uma conta de e-mail da Google. Por meio do endereço, https://www.google.com/android/find, é possível rastreá-lo e fazer uma limpeza no dispositivo estando em uma localidade diferente, desde que o aparelho esteja conectado a uma conta da Google e ligado”, detalha.
É provável que na delegacia o servidor peça o número do IMEI, um tipo de número de identidade de cada aparelho celular. Ele aparece quando o usuário disca *#06# no telefone. Ter esse número em mãos agiliza bastante o processo, então é interessante salvá-lo em algum outro lugar.
Reação
O Banco Central adotou alguma medidas há cerca de um ano para tentar coibir os casos de golpes envolvendo PIX. O limite passou a ser modificável para cima e para baixo e os pagamentos entre 20 horas e 6 horas são de R$ 1 mil, no máximo.