Perita que forjou próprio atentado pode pegar até 20 anos de prisão

Após 38 dias de investigações, a perita criminal Kathia Mendes Magalhães, de 40 anos, foi indiciada nesta segunda-feira (18) por forjar atentado contra a própria vida. Ela atuava como coordenadora da Unidade de Polícia Científica de Caldas Novas. Para cometer o crime, a perita contou com ajuda de um servidor da prefeitura.

Agora, além de ser afastada de suas funções, Kathia deve responder pelos crimes de peculato, falsidade ideológica e porte de arma de fogo. Já seu ‘ajudante’, deve responder por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), um processo administrativo que está em andamento pode acarretar na exoneração da perita. Além disso, conforme o caso seja conduzido judicialmente e da decisão do juiz, ela pode ser presa. A pena para os crimes cometidos pode ultrapassar 20 anos de reclusão.

Falso atentado

No dia 10 de março, Káthia comunicou à polícia que havia sido atacada por dois homens em uma motocicleta e um deles teria efetuado um disparo de arma de fogo que atingiu o ombro dela.

Em depoimento, ela informou que suposto atentado ocorreu após ter sido fechada por um carro de faróis apagados. Em seguida, ela teria estacionado no acostamento, para verificar se o veículo estava danificado, quando foi surpreendida pelo criminoso.

No entanto, as investigações da Polícia Civil de Goiás (PC) apontam que, na verdade, a perita teria combinado com um ex-colega de fingir o atentado. O motivo seria conseguir a transferência do cargo para outra cidade.

Ainda de acordo com os investigadores, o servidor público atirou nela com um revólver que a própria profissional entregou para ele. O tiro teria sido dado de forma consentida. Diante das evidências, Káthia confessou o crime.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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