Polícia Civil indicia quatro vereadores de Goiânia por crime de racismo

Quatro vereadores de Goiânia são indiciados pela Polícia Civil (PC) pelo crime de racismo. Os parlamentares são Cabo Senna (Patriota), Sargento Novandir (Republicanos), Gabriela Rodart (DC) e Thialu Guiotti (Avante). Todos eles eram investigados por falas homofóbicas, ditas no plenário da Câmara Municipal sobre o Dia do Orgulho Gay, em junho de 2021.

Os crimes de homofobia e transfobia foram enquadrados como racismo, numa decisão de 2020 do Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante o discurso, os vereadores comentavam sobre uma propaganda de uma rede de fast food sobre o Dia do Orgulho LGBTQI+. Diante dos fatos, o delegado Joaquim Adorno concluiu que os discursos foram preconceituosos e discriminatórios.

Entre as falas destacadas estão:

Thialu Guiotti: “Normal é homem com mulher. Agora não quero mais, quero me relacionar só com homem. Faça o que quiser do seu órgão sexual.

Sargento Novandir: “‘Ser homem ou mulher impede de ter mais direitos do que o gay ou a lésbica? Que absurdo é esse? Eu me compadeço muito com as pessoas que sofrem violência, mas de maneira nenhuma podemos entender que o LGBT, a pessoa de cor escura, tem que ter mais direitos que uma pessoa comum”.

Gabriela Rodart: “Essa ativista que fala é um homem, que se autodenomina Amanda Palha. Não podemos ser pautados aqui por uma agenda deplorável, que vai contra a natureza humana”.

Cabo Senna: “Deus criou o homem e a mulher, não criou um triângulo, para quando no futuro a criança vai decidir”.

O inquérito foi enviado ao Judiciário em fevereiro, no entanto apenas nesta semana o conteúdo foi divulgado. Ainda de acordo com o texto, a vereadora Gabriela Rodart é a única investigada que mantém declarações de cunho preconceituoso ou homofóbico nas redes sociais.

Resposta

Ao ser procurada pelo G1, a vereadora reforçou que segue não concordando com a campanha e que tem a obrigação de se posicionar e que é preciso debater ideias e opiniões de forma respeitosa.

Já a assessoria do Thialu Guiotti disse por meio de nota que não houve crime de discriminação racial ou de qualquer natuzera. Mas ressaltou que o parlamentar permanece contra a utilização de crianças em comerciais para defender bandeiras ideológicas. E afirma que o discurso fazia referência ao uso indevido de crianças para debater temas sobre sexualidade. E completa: “O vereador não fugirá do propósito de defender a família tradicional tendo a Bíblia como manual de fé e seguindo em defesa das crianças, sempre respeitando as diferenças e escolhas pessoais”, diz a nota.

A assessoria do Cabo Senna disse que vai se manifestar quando for notificada. Já o Sargento Novandir ainda não respondeu até a publicação dessa reportagem.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Taxa de desemprego entre mulheres foi 45,3% maior que entre homens

A taxa de desemprego entre as mulheres ficou em 7,7% no terceiro trimestre deste ano, acima da média (6,4%) e do índice observado entre os homens (5,3%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, o índice de desemprego das mulheres foi 45,3% maior que o dos homens no terceiro trimestre do ano. O instituto destaca que a diferença já foi bem maior, chegando a 69,4% no primeiro trimestre de 2012. No início da pandemia (segundo trimestre de 2020), a diferença atingiu o menor patamar (27%).

No segundo trimestre deste ano, as taxas eram de 8,6% para as mulheres, 5,6% para os homens e 6,9% para a média. O rendimento dos homens (R$ 3.459) foi 28,3% superior ao das mulheres (R$ 2.697) no terceiro trimestre deste ano.

A taxa de desemprego entre pretos e pardos superou a dos brancos, de acordo com a pesquisa. A taxa para a população preta ficou em 7,6% e para a parda, 7,3%. Entre os brancos, o desemprego ficou em apenas 5%.

Na comparação com o trimestre anterior, houve queda nas três cores/raças, já que naquele período, as taxas eram de 8,5% para os pretos, 7,8% para os pardos e 5,5% para os brancos.

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) foi maior do que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,2%, mais do que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,2%).

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos