Em Goiás, 2,6 milhões não tomaram todas as vacinas contra Covid-19; jovens são a maioria

Mesmo com as campanhas e a disponibilização de vacinas, 2,6 milhões de goianos ainda não completaram o esquema vacinal contra Covid-19. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), pessoas mais jovens, entre 12 e 39 anos, são a maioria dos que não tomaram todas as doses. Os idosos são o grupo que mais mantêm a imunização em dia.

Sobre a possibilidade de piora da pandemia, a Superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, afirma que a quantidade significativa de pessoas sem esquema vacinal completo pode refletir na gravidade dos casos. “Não interfere na taxa de transmissão da doença, mas no número de casos graves e de óbitos, sim. O vírus continua circulando e quem não tomou reforço tem risco maior de se infectar e ir a óbito”, afirma a superintendente. Segundo Flúvia, os idosos têm respondido melhor ao chamamento para a vacina e a maioria dos que não completaram o esquema vacinal tem até 39 anos. “Por incrível que pareça”, comenta.

Números

O risco de não se vacinar é traduzido em números da pasta estadual de saúde. Em pessoas a partir dos 60 anos de idade, a média é de 29 óbitos para cada 100 mil habitantes, entre aqueles que tomaram só uma dose ou nenhuma. Quando observados os que cumpriram todo o esquema vacinal contra Covid, o número de mortes despenca para 2,74 para cada 100 mil.

A média de internações por síndrome respiratória aguda grave entre os que não tomaram todas as doses é de 23 por 100 mil. Entre os que tomaram todas as vacinas e o reforço, a taxa cai para 4,1.

O que falta para vacinar?

A superintendente da SES explica que os que ainda não tomaram todas as vacinas contra Covid-19 se dividem em dois grupos principais. Os que, ainda hoje, têm resistência à vacina – que são minoria, segundo Flúvia – e os que estão adiando o retorno a posto de aplicação, diante da melhora na situação da pandemia.

“A gente percebe que facilitar o acesso à vacina ajuda. Exemplo disso é a Procissão do Fogaréu, na cidade de Goiás. Havia pontos de vacinação na praça. Muita gente aproveitou que estava por lá para se imunizar e, alguém perguntava por que não tinham se vacinado antes, muitas respondiam ‘estava sem tempo, trabalhando’. Ou seja, a vacina ‘não veio até mim’”, comenta Flúvia.

Não vacinados e a máscara

Questionada sobre a possibilidade de a liberação do uso de máscara ser arriscada em um cenário com mais de 2 milhões com vacina pendente, Flúvia afirma que o percentual é observado em cada caso.

“A gente avalia os municípios. Do total, 172 [dos 246,no total] estão com mais de 75% de cobertura vacinal do esquema primário [duas doses]. Estudo da USP com Butantan mostra que, nesta porcentagem, a chance de ter casos graves e óbitos é muito pequena. Mas sim, esta proteção pode aumentar com a dose de reforço”, pontua a superintendente da SES.

Sobre a possibilidade de uma quarta dose para toda a população, e não só para idosos e imunossuprimidos, Flúvia afirma que ainda não há estudo consistente mostrando essa necessidade no Brasil. “Ainda não existe justificativa técnica para tal”, conclui.

 

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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