Dinheiro falso e cartões clonados invadem as redes sociais em Goiás

Considerado o 7º estado que mais apreendeu notas falsas em 2021, Goiás removeu de circulação, 11.610 cédulas falsificadas somente no ano passado. No entanto, o crime de vender e comprar notas falsas e cartões clonados vem crescendo no espaço cibernético, principalmente nas redes sociais, que contam até com grupos específicos para a comercialização desse tipo de produto.

O preço é tentador, com R$ 100 o indivíduo pode adquirir até 1 mil em crédito ou notas de R$ 50, R$ 100 e R$ 200. Porém, o ato de vender ou comprar notas falsas e cartões clonados podem configurar em, pelo menos, quatro crimes, segundo o delegado Davi Freire: estelionato, falsidade identidade, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Juntos, as penas podem chegar a 26 anos de prisão.

O modo de agir e a audácia dos criminosos surpreende, já que além de grupos abertos para o público e publicações expostas do crime, eles também anunciam que enviam as notas e cartões para todo o país por meio dos Correios ou até mesmo aplicativos de transporte, a depender do local da entrega. Ainda garantem: “O produto é de qualidade”, afirmou uma das publicações que o Jornal Diário do Estado teve acesso. 

Para coibir a prática, a Polícia Civil (PC) e Polícia Federal (PF) vem realizando operações em todo o estado, conforme informa o delegado Davi Freire. Ele conta que a PC, por exemplo, mantém contato com as operadoras de crédito sobre as falhas encontradas pela corporação, a fim de evitar possíveis golpes.

“A polícia tem procurado se habilitar para combater esse tipo de crime que tem migrado da forma física para a forma virtual, devido ao avanço da tecnologia. Hoje, investigamos alguns casos dos chamados cartãozeiros, que são essas pessoas que usam cartões clonados para realizar compras e golpes. Porém, o maior foco das investigações é o cabeça, a pessoa que fabrica essas notas e cartões. Ano passado, por exemplo, prendemos um dos maiores falsificadores do Brasil em Goianira”, explicou.

Prejuízo

O principal foco dos criminosos não é segredo – causar prejuízo. O empresário Ricardo de Jesus, de 35 anos, que o diga. Dono de um pequeno comércio em Goiânia, ele teve um prejuízo de R$ 100 no ano passado, após receber por um serviço. No entanto, ao parar no posto para abastecer o veículo ficou envergonhado. Ao tentar pagar a conta com o dinheiro que havia ganho, foi informado de que a nota era falsa.

“Pode parecer pouco, mas é um dinheiro ganhado com suor, esforço. Fora o custo que eu tive para consegui-lo. Depois disso eu fiquei mais esperto, comecei a estudar para saber como identificar uma nota falsa. Depois desse ocorrido, mais pessoas apareceram querendo me pagar com notas de R$ 50 e de R$ 100 falsificadas, mas como já tinha conhecimento não cai mais. Hoje é comum se deparar com esse tipo de situação”, concluiu.

Negociação

A reportagem do DE acessou grupos de WhatsApp e negociou com estelionatários por meio de mensagens para entender como é a comercialização desse produto. Confira o dialogo com um dos criminosos:

Repórter: Boa tarde! Você tem notas e cartões disponíveis, em Goiânia?

Estelionatário: Boa tarde! Tenho sim. Envio pelos Correios.

Repórter: Você cobra frete ou o valor é incluso na compra? Quais notas você tem ai?

Estelionatário: A carta registrada é por nossa conta. O Sedex é por conta do cliente, mas pedidos acima de R$ 200 fica por nossa conta também. A gente tem nota de R$ 200, R$ 100, R$ 50, R$ 20, R$ 10 e R$ 5.

Repórter: Beleza. Corre algum risco de dar problema?

Estelionatário: Geralmente é de boa. Como são fibradas não precisam passar. Basta amassar um pouco.

Repórter: E os cartões? Vem com RG? Posso usar tranquilamente?

Estelionatário: Vou te passa os valores, são bem seguros de utilizar. Todos vem com dados do cartão das pessoas, eles são em nomes de terceiros. Depois que o cliente compra, a gente manda os dados do cartão junto com a senha. A senha dá para fazer login no aplicativo do banco, controlar o saldo, fazer compras, pagamentos de boletos, contas, assinaturas, entre outros. Tudo é totalmente seguro, garantimos a você até mesmo transferir o saldo dele em dinheiro para sua conta. Os cartões são todos virtuais, te passo pelo celular mesmo.

Repórter: Top. Qual você me sugere comprar?

Estelionatário: Acredito que as notas sejam melhores.

Publicação afirma que notas são de primeira linha. (Foto: Reprodução/Redes sociais)

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Minha Casa Minha Vida beneficia cidades com até 50 mil pessoas

O governo divulgou hoje, 22, as propostas selecionadas para a construção de moradias em áreas urbanas pelo Minha Casa Minha Vida (MCMV), em cidades de até 50 mil habitantes. A lista com as propostas selecionadas foi publicada pelo Ministério das Cidades, no Diário Oficial da União.

Trata-se da primeira seleção do MCMV com recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social com este perfil (FNHIS sub-50). Serão 37.295 unidades habitacionais, em 1.164 cidades, de 26 estados.

A expectativa é que cerca de 150 mil pessoas sejam beneficiadas com “moradia digna para famílias de baixa renda, residentes nos pequenos municípios brasileiros”, informou o ministério. O investimento, segundo a pasta, será de R$ 4,85 bilhões.

“O foco são municípios com população inferior ou igual a 50 mil habitantes. As moradias atendem famílias com renda bruta mensal na Faixa Urbano 1 do MCMV, correspondente a até R$ 2.850, admitindo-se o atendimento de renda enquadrada na Faixa Urbano 2 (até R$ 4.700)”, detalhou o ministério.

Entre os critérios adotados para a seleção dos projetos está o de priorizar propostas que melhor atendam à demanda habitacional e observem “requisitos técnicos de desenvolvimento urbano, econômico, social e cultural, sustentabilidade, redução de vulnerabilidades e prevenção de riscos de desastres e à elevação dos padrões de habitabilidade, de segurança socioambiental e de qualidade de vida da população que será beneficiada”.

Com a divulgação das propostas selecionadas, estados e municípios terão de incluir, até 10 de dezembro, a proposta selecionada na plataforma Transferegov, programa nº 5600020240048, de forma a viabilizar a contratação pela Caixa Econômica Federal até o final do ano.

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