Após reunião, Temer e Aécio negam que estejam articulando mudança no PSDB

Após o presidente Michel Temer afirmar que não interfere em assuntos internos de outros partidos, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou nota na noite deste domingo (20) na qual nega qualquer tipo de interferência do governo ou do presidente nas questões internas do PSDB.

De acordo com a colunista do G1 Andréia Sadi, Temer chamou Aécio na noite da última sexta-feira (18) para uma reunião no Palácio do Jaburu.

Segundo o Blog da Andréia Sadi, preocupado com as críticas ao governo lideradas pelo presidente interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), Temer articula com Aécio uma operação para esvaziar o grupo de Tasso.

A estratégia de Temer, segundo a colunista, é incentivar Aécio Neves a retomar o comando do partido. Assim, ele indicaria um novo interino para a presidência, isolando Tasso.

“O senador Aécio Neves tratou de assuntos de interesse da Cemig no último encontro com o presidente da República. O senador afirma que o PSDB tem responsabilidade para com a estabilidade política e a recuperação econômica do país, o que torna natural que lideranças do partido tenham conversas com o presidente e membros do governo”, disse Aécio por meio de sua assessoria de imprensa.

“Estranho seria se isso não ocorresse. Quanto às questões internas do PSDB, essas são discutidas internamente, sem qualquer participação do governo ou do presidente”, concluiu o tucano.

Crise no PSDB

A crise interna no PSDB se agravou após a propaganda exibida em cadeia nacional de TV pelo partido na quinta (17).
No vídeo, de dez minutos, a legenda diz que errou ao aceitar como “natural” a troca de favores individuais em prejuízo da “verdadeira necessidade do cidadão brasileiro”. A propaganda também criticou o “presidencialismo de cooptação” e defendeu a adoção do sistema parlamentarista.

O conteúdo da propaganda gerou críticas entre tucanos. Os ministros peessedebistas Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), por exemplo, afirmaram que a peça publicitária foi um “tiro no pé” do PSDB e “ofendeu fortemente” o partido.

Já Tasso afirmou que não se arrepende “de nada” sobre o tom da propaganda.
“Eu sou o presidente interino. Enquanto eu for o presidente interino, eu dou a orientação. […] O partido não está rachado, todos os partidos hoje são rachados no sentido de que têm posições divergentes. Não existe pensamento único. Pensamento único, só no partido comunista”, afirmou Tasso na sexta, após ser questionado sobre o assunto.

As informações são do Portal G1

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp